quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

"Eu tenho um amigo que me ama" - Coro Juvenil de São Pedro do Mar, Quarteira

 


15 de junho de 2017 - "Eu tenho um amigo que me ama (Cesareo Gabarain)" - Coro Juvenil de São Pedro do Mar, Quarteira. 
Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo e 1.ª Comunhão.


quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

A Igreja e a bênção dos casais em situação irregular e do mesmo sexo

Em entrevista exclusiva, o pe. José Eduardo de Oliveira esclarece o que é fato e o que é sensacionalismo

Na data de hoje, o Dicastério para a Doutrina da fé publicou um documento que fala sobre a bênção de casais em situação irregular e de parceiros do mesmo sexo. A notícia colocou em ebulição todo o orbe católico, inflamado pelas manchetes sensacionalistas, que procuram tirar audiência do assunto. Diante disso, fizemos uma entrevista com o Pe. Dr. José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco, doutor em Teologia Moral.

Aleteia: Padre, o Documento publicado hoje tem causado reações polarizadas. Qual seria a finalidade desse tipo de pronunciamento do Magistério em si?

Pe. José Eduardo: Como o próprio Card. Fernández, Prefeito do Dicastério, salientou logo na introdução, o documento é apresentado sob a tipologia de Declaração, que é o tipo mais simples de documentos magisteriais. Diferentemente de uma Instrução, que teria caráter mais normativo, uma Declaração é apenas uma manifestação do Magistério acerca de um tema controverso, mas não com a força de uma definição.

Aleteia: Qual seria o objetivo dessa Declaração?

Pe. José Eduardo: Como o próprio nome indica, “Fiducia supplicans”, “a Confiança Suplicante” com a qual o povo de Deus pede aos seus ministros, especialmente os sacerdotes, uma oração, uma invocação, uma bênção, uma ajuda para uma situação de suas vidas é o tema de fundo do texto, que pretende responder se esse tipo de auxílio pode ser dado a pessoas que não estão em condições moralmente regulares.

Aleteia: Então, o documento não altera a doutrina da Igreja em relação ao matrimônio?

Pe. José Eduardo: De modo algum. Se lermos atentamente o texto do documento, e não as notícias veiculadas pela mídia, veremos que o Dicastério para a Doutrina da Fé faz exatamente o contrário: “trata-se de evitar reconhecer-se como matrimônio algo que não o é”, pois o matrimônio é “uma união exclusiva, estável e indissolúvel entre um homem e uma mulher, naturalmente aberta à geração de filhos”… “Esta convicção é fundada sobre a perene doutrina católica do matrimônio. Somente neste contexto as relações sexuais encontram o seu sentido natural, adequado e plenamente humano. A doutrina da Igreja, sob esse ponto, permanece firme” (n. 4).

O n. 4 do documento é claro e contundente, chegando a dizer que “são inadmissíveis ritos e orações que possam criar confusão entre aquilo que é constitutivo do matrimônio”. Portanto, não há nisso nenhuma ambiguidade. Pelo contrário, o Magistério apenas reafirma a sua posição perene.

Aleteia: Isso significa que o documento não traz nenhuma novidade?

Pe. José Eduardo: A Declaração apresenta uma evolução na compreensão teológica das “bênçãos” e, neste sentido, abre uma nova perspectiva. Sem excluir que uma bênção nunca “pode oferecer uma forma de legitimação moral a uma união que se presuma um matrimônio ou a uma práxis sexual extramatrimonial”, o documento afirma que “se deve evitar o risco de reduzir o sentido das bênçãos apenas a este ponto de vista, porque nos levaria a pretender, para uma simples bênção, as mesmas condições morais que se requerem para a recepção dos sacramentos” (nn. 11-12). Deste modo, o Dicastério deixa claro que está excluída qualquer concepção sacramental (matrimônio, confissão, eucaristia etc) relativamente a esses casos. Em outras palavras, é doutrina comum da Igreja que uma pessoa em pecado grave possa receber uma bênção.

Aleteia: Mas abençoar uma pessoa que está claramente em pecado grave não pode ser um escândalo para os outros fiéis? E isso não seria espiritualmente inútil?

Pe. José Eduardo: O Documento concretiza as circunstâncias em que tais “bênçãos” possam eventualmente acontecer: nunca dentro de uma celebração litúrgica, nunca dentro ou no contexto da celebração de algum sacramento (n. 24), nunca com um formulário litúrgico (nn. 32 e 35), sempre de forma privada (n. 40), sob o juízo cautelar do sacerdote ad casum (n.40), e sempre como uma oração espontânea pelos que pedem a bênção (n. 33), acompanhada de uma súplica para que façam a vontade de Deus (n. 20) e como meio de lhes pregar o querigma, a fim de que se convertam (n. 44).

A Declaração, ainda, afirma que “esta bênção nunca será dada no contexto de ritos de união civil e outros que estejam relacionais com esses. Nem com as vestes nupciais, os gestos ou as palavras próprios de um matrimônio. O mesmo vale quando a bênção é solicitada por uma dupla do mesmo sexo” (n. 39).

Em outras palavras, a Declaração apenas diz que nós, padres, em situações muito restritivas, podemos rezar por pessoais que estejam nessa situação. E isso, francamente, não me parece uma grande novidade. A novidade se dá na explicitação do alcance não litúrgico de uma simples bênção.

Aleteia: Mas, estando essas pessoas em pecado mortal, a tal bênção não seria inútil?

Pe. José Eduardo: A Igreja sempre ensinou que aqueles que estão em pecado mortal não estão em estado de graça habitual, mas podem receber aquilo que chamamos de graça atual, ou seja, um impulso sobrenatural que dispõe o homem ao arrependimento, à conversão e à recuperação da graça santificante. Neste sentido, rezamos pela conversão dos pecadores e podemos dar-lhes a bênção como um estímulo a que se aproximem mais do Senhor (Catecismo da Igreja Católica, n. 2000).

Aleteia: Portanto, a Igreja não estaria aprovando essas uniões nem incentivando as pessoas a assumir um estilo de vida contraditório com o matrimônio?

Pe. José Eduardo: Exatamente. Trata-se, na verdade, do contrário: a Igreja estende o seu braço materno na direção de todos os homens, fazendo o máximo que pode ser feito sem ferir os mandamentos de Deus. Não podendo dar os sacramentos nem podendo confirmar as escolhas intrinsecamente ilícitas dos seus filhos, a Igreja intercede por eles, invocando a bênção divina para que possam progredir no seu processo de conversão.

Aleteia: Esse documento tem a aprovação do Papa Francisco?

Pe. José Eduardo: Sim. Pertence aos documentos publicados ex audientia Sanctissimi, ou seja, são documentos do magistério papal, embora não sejam emanados diretamente por ele.

Aleteia: Como um fiel que vive a castidade pode entender que a Igreja abençoe pessoas que estão vivendo em situação oposta à que eles vivem, às vezes com muito sacrifício?

Pe. José Eduardo: A Declaração cita, no n. 27, um lindo texto do Santo Padre, em que ele faz uma breve teologia da bênção. Ali, ele afirma, no fundo, que Deus não desiste de nós, ainda quando estamos em pecado. Essa atitude é muito afinada com a eclesiologia do Papa Francisco, em que a Igreja sai ao encontro dos homens e das mulheres que estão do lado de fora, procurando cativá-los para que, progressivamente, adiram ao Evangelho. Creio que qualquer pessoa que esteja lutando para viver a conversão diária possa facilmente entender que outros precisem de um impulso para chegar ao seu mesmo nível de formação da consciência, ao seu mesmo comprometimento com a vida moral cristã.

FONTE: https://pt.aleteia.org

Milagre Eucarístico de Lanciano

O Milagre Eucarístico de Lanciano, na Itália, é algo extraordinário que desafia toda e qualquer racionalidade humana. 
Jesus está verdadeiramente presente na Eucaristia com seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade!









Lanciano, Itália, ano 750:  Hóstia e vinho transformados em carne e sangue permanecem "Vivos" a mais de mil anos.
 
Milagre Eucarístico de Lanciano, Itália, ano 750 d.C.
Na Igreja de São Francisco, uma inscrição do século XVII, feita em mármore narra o Milagre Eucarístico ocorrido na cidade de Lanciano (750):

“Um monge sacerdote duvidou que na Hóstia consagrada estivesse realmente presente o Corpo de Cristo e no Cálice, o seu Sangue. Celebrou a missa e depois de pronunciar as palavras da consagração, viu que a Hóstia tinha se transformado em Carne e o vinho em Sangue. Tudo isso foi mostrado ao povo.”

É COMPROVADO PELA CIÊNCIA: CARNE E SANGUE SÃO DE NATUREZA HUMANA E SE MANTÊM VIVOS SEM CONSERVANTES
Sob orientação do Professor Odoardo Linoli, chefe da Unidade de Anatomia e Histologia Patológica e Citogenética do Hospital de Arezzo, durante quatro meses foram feitos criteriosos exames.

Em 4 de março de 1971 a equipe apresentou os resultados. Estes evidenciam que a carne e o sangue são com certeza de natureza humana. A carne é inequivocamente tecido cardíaco, e o sangue é verdadeiramente de homem pertencendo ao grupo AB. 
"O grupo sanguíneo é o mesmo do homem do Santo Sudário de Turim, e é singular porque tem as características de um homem que nasceu e viveu nas zonas do Oriente Médio" 

Os exames confirmaram que os fragmentos retirados em Lanciano não são semelhantes a tecidos mumificados. A comissão declarou que a Carne é um "tecido vivo" porque responde a todas as reações clínicas próprias dos seres vivos.

A CARNE E O SANGUE MILAGROSOS DE LANCIANO TÊM AS MESMAS CARACTERÍSTICAS DE CARNE E SANGUE "RECÉM EXTRAÍDOS" DE UM SER VIVO.

Fonte do Texto e foto:  

Milagres Inexplicáveis: SÓ na Igreja Católica



quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

13 de Dezembro, dia de Santa Luzia

 

Ó Santa Luzia, que preferistes que vossos olhos fossem vazados e arrancados antes de renegar a sua fé e conspurcar vossa alma; e Deus com um milagre extraordinário, vos devolveu dois olhos perfeitos para recompensar vossa virtude e vossa fé, e vos constituiu protetora contra as doenças dos olhos.
.
Eu recorro a vós para que protejais minhas vistas e cureis a doença de meus olhos.
.
Ó Santa Luzia conservai a luz dos meus olhos para que possa ver as belezas da criação o brilho do sol, o colorido das florestas e o sorrido das crianças.
.
Conservai também os olhos de minha alma, a fé, pela qual eu possa compreender seus ensinamentos, reconhecer o seu amor para comigo e nunca errar o caminho que me conduzirá onde vós Santa Luzia, vos encontrais, em companhia dos Anjos e Santos.
.
Santa Luzia protegei meus olhos e conservai minha fé.
.Amem
.
Pe Ricardo Nunes-Diocese de Nova Iguaçu

+ + + + + + +
HISTÓRIA DE SANTA LUZIA

Santa Luzia nasceu no ano de 280, na cidade litorânea de Siracusa, Itália. Seus pais eram nobres e cristãos. O pai, Lucio, faleceu quando Luzia era muito pequena. Sua mãe, Eutíquia, a educou. E, como cristã, sua mãe lhe passou a fé, o conhecimento de Jesus Cristo, ao amor ao próximo e a Deus..

Milagre de Santa Luzia
A mãe de Luzia era muito doente e sofria de uma forte hemorragia. Eutíquia procurou vários médicos. Nenhum, porém, conseguiu curá-la. Luzia, então, teve a ideia de levar sua mãe a Catania, cidade onde está o túmulo de Santa Agata. O dia da festa da Santa estava próximo e Luzia sentia que se sua mãe colocasse a mão no tumulo de Santa Agata, ficaria curada.
Muito fraca e doente, mas vendo a convicção da filha, a mãe aceitou. As duas, então, partiram para a cidade da Santa. No dia da festa, 5 de fevereiro de 301, após ler o evangelho, mais precisamente o milagre da mulher que tinha hemorragia há 12 anos e fora curada por Jesus quando tocou em seu manto Luzia, emocionada, propôs a sua mãe tocar no tumulo de Santa Ágata e ela concordou.
.
Quando sua mãe foi para o tumulo, Santa Ágata apareceu para Luzia e lhe disse:
.
Luzia minha irmã, porque pedes a mim o que você mesma pode conseguir para sua mãe? Tua mãe já foi curada pela tua fé. E assim como a cidade de Catanha foi beatificada por mim, assim também por seu meio, será salva a cidade de Siracusa. Então, Luzia disse à mãe: Pela intercessão de S. Ágata, Jesus te curou. Nesse momento sua mãe sentiu que as forças lhe voltavam ao corpo e ficou curada.
.
Vida de Santa Luzia

A jovem Luzia, tocada pela graça de Deus disse que queria consagrar sua vida a Deus e fazer voto de castidade e fidelidade a Jesus. Além disso, ela iria entregar seu dote de casamento (uma pequena fortuna) e seus bens para os pobres. Sua mãe concordou.
Aconteceu, porém, que Luzia tinha um pretendente para casamento. E este não se conformou com a decisão de sua amada e a denunciou ao Governador Pascásio, acusando-a de ser cristã. O imperador Diocleciano tinha emitido um decreto autorizando punição exemplar para os cristãos.
Santa Luzia foi julgada e condenada, e como dava total importância a virgindade e ao amor a Jesus Cristo, o governador mandou que a levassem a um prostíbulo, Santa Luzia rezou: quem vive casta e santamente, é templo do Espírito Santo, sem a minha vontade, a virtude nada sofrerá. Assim, nem dez homens juntos não conseguiram levantar Santa Luzia do chão.
.
O martírio de Santa Luzia

O governador, furioso, mandou matá-la ali mesmo. Os carrascos jogaram sobre ela resina e azeite fervendo, mas nada aconteceu à jovem. Os carrascos continuaram com o seu martírio e lhe arrancaram os olhos. Daí vem a devoção a Santa Luzia como protetora dos olhos.
.
Santa Luzia vai ao céu

Antes de sua morte, Santa Luzia, ajoelhada em oração, disse:
Senhor, eis que suplico paz para a Igreja de Cristo. Diocleciano e Maximiniano decairão do império, e como a cidade de Catania venera a Santa Águeda, também serei venerada por graça do Senhor Jesus Cristo, observando de coração os preceitos do Senhor.
Santa Luzia morreu no dia 13 de dezembro do ano de 304. Os cristãos de Siracusa a elegeram Padroeira da cidade e construíram um templo em seu nome.
.
Todo aquele que dá sua vida por causa de Jesus Cristo, ou que sofre castigos e morte por não renegar a fé em Cristo, é considerado mártir pela Igreja. Ela deu sua vida por Jesus Cristo e não renegou sua fé nem mesmo sabendo que morreria violentamente por causa disso. A palavra mártir vem do grego e quer dizer Testemunha. Os mártires testemunham Jesus com a própria vida.
.
Devoção a Santa Luzia

No ano de 1040 o General grego Jorge Mariace levou o corpo de Santa Luzia para Constantinopla a pedido da imperatriz Teodora. No ano de 1204 os cruzados venezianos reconquistaram o corpo de Santa Luzia e o levaram para Veneza, lugar em que esta até hoje na igreja de São Jeremias, onde é venerado.
.
Oração a Santa Luzia

Ó santa Luzia, que não perdestes a fé e a confiança em Deus, mesmo passando pelo grande sofrimento de lhe vazarem e arrancarem os olhos, ajudai-me a não duvidar da proteção divina, defendei-me da cegueira não somente física, mas principalmente da cegueira espiritual.
.
Atendei a este meu pedido.(fazer o pedido).
.
Conservai a luz dos meus olhos para que eu tenha a coragem de tê-los sempre abertos para a verdade e a justiça, possa contemplar as maravilhas da criação, o brilho do sol e o sorriso das crianças. Ó minha querida Santa Luzia, eu vos agradeço por terdes ouvido a minha súplica.
.
Por Jesus Cristo, nosso amigo e irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.
.
Santa Luzia, rogai por nós. 




13 de Dezembro, dia de Santa Luzia E neste vídeo o Padre Fernando Santamaria, nos conta a sua história. Santa Luzia, rogai por nós! [Fonte: http://www.cancaonova.com]




terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Os mistérios de Nossa Senhora de Guadalupe


Juan Diego tinha pedido um sinal para Nossa Senhora, de modo que o bispo pudesse acreditar no que dizia: “Está bem, meu filhinho, voltarás aqui amanhã para levares ao bispo o sinal que te pediu”.
.
No dia seguinte, no entanto, o tio de Juan Diego, chamado Juan Bernardino adoeceu e ficou muito mal. Ele pediu a Juan Diego que procurasse um sacerdote que viesse confessá-lo e prepará-lo para uma boa morte.
.
Chegando à colina onde Nossa Senhora aparecia, Juan Diego a contornou para que Ela não o detivesse. Sem sucesso, pois Ela o observava lá do alto e desceu para conversar. O índio explicou-Lhe que o tio estava morrendo.
.
“Não te aflija ou te perturbe a doença do teu tio, porque dela não morrerá por agora”.
.
E imediatamente, naquele mesmo momento, o tio de Juan Diego ficou curado, como depois se soube.
.
A Rainha do Céu mandou-o então subir até o topo da colina, no lugar onde a vira das outras vezes. Lá encontraria flores variadas, devendo cortá-las, reuni-las e trazê-las até Ela.
.
Chegando ao topo, ficou muito admirado ao ver quantas flores havia, lindas, abertas as corolas, as mais variadas e formosas, quando ainda não era tempo delas, pois era a estação em que o frio aumentava. Exalavam um odor suave. Cortou-as, colocou-as em seu poncho e desceu.
.
A Menina Celestial as pegou em suas veneráveis mãos e depois as colocou de volta no manto do índio, e enviou-o para que as mostrasse ao bispo. No caminho, desfrutava do aroma das flores.
.
Quando chegou ao palácio do bispo, foram ao seu encontro o porteiro e os outros servidores. Suplicou-lhes para que o deixassem entrar, mas em vão. Ficou esperando muitíssimo tempo, até que viram que ele permanecia ali, de pé, cabisbaixo, sem fazer nada, esperando ser chamado. Perceberam que ele trazia alguma coisa. Então, aproximaram-se e foram satisfazer a curiosidade. Juan Diego viu que de nenhuma maneira poderia ocultar-lhes o que trazia e que estavam dispostos a machucá-lo, que o empurrariam ou até lhe bateriam com paus. Por isso, mostrou-lhes um pouquinho as flores.
.
E quando os servidores viram que se tratava de flores finas e variadas, admiraram-se, pois não era tempo delas. O frescor, as corolas abertas, o perfume agradável, e como eram bonitas! Quiseram pegar e tirar algumas: três vezes aconteceu que tentaram pegá-las, mas não conseguiram de forma alguma, porque, ao tentarem, já não conseguiam ver as flores, mas viam-nas como que pintadas, bordadas ou cosidas no manto. Perplexos, foram correndo avisar ao bispo.
.
Diante do bispo estendeu o seu branco poncho, em cujo vão colocara as flores, e eis que surge a imagem da Perfeita Virgem Santa Maria de Guadalupe, Mãe de Deus, na forma e figura como a conhecemos.
.
Não bastassem esses fatos extraordinários ligados à aparição, mais alguns ficaram sem explicação:
.
- Em 1785 fabricaram-se diversas cópias idênticas do manto de Juan Diego, com uma reprodução da imagem pintada sobre elas, para estudar os efeitos da passagem do tempo no tecido e nas figuras. Um desses ponchos, protegido por dois vidros, foi colocado na capela de El Pozito, em 12 de setembro de 1789. Seis anos e meio depois, porém, foi necessário retirá-lo do altar em que estava, tal era o grau de deterioração da pintura. Poucos anos depois, o próprio tecido se desfez totalmente. Sabe-se hoje, que os tecidos da fibra de agave, planta de que foi feito o manto, mesmo os mais bem trabalhados, dificilmente perduram por mais de 20 anos. O de Juan Diego, porém, tem quase 500! E nesse meio tempo, encontrou-se exposto a condições extremamente desfavoráveis: durante mais de um século não teve proteção alguma, até que em 1647 chegou da Espanha o primeiro vidro. O ambiente da velha igreja era úmido e ela era rodeada por lagunas salobras. Mais de 60 lâmpadas de óleo ardiam dia e noite perto da imagem, desprendendo um fumo negro e pegajoso, do qual não se nota sinais no manto.
.
- Em 1791, um ourives que fora encarregado de limpar a moldura da imagem, derramou ácido nítrico sobre a tela. De acordo com os testes químicos realizados posteriormente, o ácido nítrico deveria ter corroído as fibras do local atingido. Mas nada aconteceu. Ficaram apenas umas manchas amareladas, que vêm desaparecendo com o tempo.
.
- Em 14 de dezembro de 1921, num momento em que a basílica estava vazia, Luciano Perez, um operário da construção civil, entrou na igreja trazendo, com muita dificuldade, um descomunal ramalhete de flores. Na verdade, continha uma carga de dinamite escondida. Subiu os degraus do altar e depositou a oferenda aos pés da Virgem. Retirou-se imediatamente, e pouco depois a bomba explodiu. O mármore dos degraus do altar ficou reduzido a cacos, os candelabros e objetos de metal retorceram-se como se fossem cera, todos os vidros da igreja e os dos prédios vizinhos ficaram estilhaçados com a violência da explosão, mas o vidro que protegia a imagem não chegou a apresentar sequer um arranhão.
.
- O químico austríaco Richard Kuhn, ganhador do Prêmio Nobel, em 1938, disse textualmente: “Não se entende de que modo a imagem foi pintada: nas fibras não existem corantes vegetais, nem animais, nem minerais e muito menos sintéticos.”
.
- Em 1979, os pesquisadores Phillip S. Callahan, da NASA, e Jody Brant Smith, catedrático de Filosofia da Ciência no Pensacola College, descobriram que não houve tratamento algum nem preparação prévia da tela em que foi pintada a imagem, fato que torna incompreensível não só a duração da imagem, como o modo pelo qual foi possível fixá-la sobre o pano. Mais: a imagem não apresenta desenhos de fundo, esboços ou retificações. E ainda: não há pinceladas, pois a imagem formou-se, embora pareça impossível, como se fosse uma fotografia da Virgem, e a tela fez as vezes do papel fotográfico. Ou seja, não há esboços, não há modificações, não se usaram pincéis.
.
OS OLHOS DA VIRGEM
.
Os olhos da Virgem merecem um capítulo à parte de tão extraordinários. Em 1926, o fotógrafo Alfonso Marcué, trabalhando sobre umas fotografias que fizera da imagem, descobriu a existência de uma figura no olho direito. Tempos depois, o pintor e fotógrafo José Carlos Salinas, aparentemente sem ter notícias da descoberta de Marcué, fez a mesma constatação. Tratava-se de uma figura humana masculina, da qual se viam a cabeça, o ombro, uma mão roçando a barba, e o rosto, cuja expressão denotava assombro e concentração.
.
Tornada pública a descoberta, diversos especialistas em oftalmologia, incluídos os médicos Torroella, Ugalde e Palacios, passaram a pesquisar o assunto, e começaram a fazer novas comprovações que raiavam o inverossímil. Atestaram, com toda nitidez e sem a necessidade de nenhum instrumento ótico, a figura de um busto de homem simetricamente colocado em ambos os olhos e que corresponde ao reflexo corneal, de acordo com as leis da física.
.
Quando se aplicavam os aparelhos óticos aos olhos da imagem, estes pareciam ganhar brilho e profundidade, como se fossem os olhos de uma pessoa viva, e além disso obedeciam a todas e a cada uma das leis da física ocular, como por exemplo as de Purkinje-Samson.
.
Os oftalmologistas Purkinje, polonês, e Samson, francês, descobriram independentemente um do outro que no olho humano se formam três reflexos de qualquer objeto enfocado pela pessoa: um na superfície da córnea, direto e brilhante, outro, que se vê num plano mais profundo, na superfície anterior do cristalino, também direto, mas menos brilhante, e o terceiro, formado na superfície posterior ao cristalino, invertido, menor e com uma profundidade e um brilho intermédios entre os dois primeiros.
.
A dificuldade de reproduzir pictoricamente esses três reflexos é enorme. Em primeiro lugar, o olho pintado teria que ter uma profundidade e um grau de luminosidade quase reais. Além disso, a curvatura da córnea e do cristalino produzem uma deformação do objeto refletido. Finalmente a posição das imagens depende do ângulo de entrada da luz no olho: se a fonte luminosa sobe, o primeiro e o segundo reflexos sobem também, mas o terceiro, o invertido, desce. Se a fonte de luz é deslocada para a direita, esta última imagem desloca-se para a esquerda e as outras duas para a direita, e assim por diante.
.
O “homem com barba” aparece, portanto, três vezes nos olhos da Virgem, seguindo rigorosamente as leis de Purkinje-Samson. Uma imagem de quatro milímetros de altura por um de largura, direta e brilhante, parece sair da tela. Uma segunda, de igual tamanho, mais profunda e menos brilhante, pode ser observada perfeitamente no interior do olho. E uma terceira, que mal chega a um milímetro de tamanho, está situada a meio caminho entre as outras duas, tem brilho intermédio e está invertida e deslocada para a esquerda...
.
Depois dessa descoberta, a hierarquia local encomendou um relatório completo a um dos mais competentes oftalmologistas da América Central, o Dr. Torija Lavoignet. A síntese de suas conclusões foram as seguintes:
.
- Pode-se observar a olho nu e com bastante nitidez o reflexo de um busto humano no olho direito da imagem original guadalupana. No olho esquerdo, vê-se a mesma imagem, na distância e com a distorção correspondentes às leis da física ótica.
.
- O reflexo deste busto humano situa-se na superfície da córnea, e é impossível obter-se semelhante reflexo numa superfície plana e opaca como é a tela examinada.
.
- A distorção do busto corresponde à curvatura normal da córnea, e o seu reflexo se destaca por sobre toda a íris como se se tratasse de um olho vivo.
.
- Além deste reflexo, observam-se outras duas imagens desse mesmo busto que correspondem às três imagens de Purkinje-Samson. Nessas imagens, o ombro e o braço da figura refletida ultrapassam o círculo da pupila, causando um efeito estereoscópico igual ao que se observa num olho humano vivo.
.
- Ao ser iluminada, a íris torna-se brilhante e os reflexos luminosos contrastam com maior clareza, fenômeno que se pode perceber sem necessidade de aparelhos, e que induzem o observador a pensar que se trata de um olho humano “in vivo”.
.
Por fim, no estudo mais recente sobre os olhos da Virgem de Guadalupe, em 1981, o engenheiro de sistemas Aste Tonsman conseguiu reproduzir “o que a imagem viu”:
.
- No olho esquerdo, na parte mais afastada do nariz, identificou a figura de um índio seminu, visível de corpo inteiro, acocorado no chão e de mãos postas, olhando assombrado para outro índio que solta a parte de baixo de seu poncho.
.
- Um ancião, que está olhando para baixo, com o que parece uma grossa lágrima correndo dos olhos até a linha dos lábios. A semelhança com o primeiro bispo do México, Juan de Zumárraga, é extraordinária, segundo o retrato que dele temos num quadro de Miguel Cabrera, possivelmente feito a partir de alguma pintura contemporânea da aparição.
.
- Imediatamente à esquerda do ancião, a figura de uma pessoa muito jovem, talvez o frade Juan Gonzáles, tradutor do bispo.
.
- À esquerda do tradutor e bem em frente do bispo e do índio seminu, o outro índio, de idade madura (Juan Diego tinha 57 anos no tempo da aparição), trazendo o “sombrero” típico e abrindo o seu poncho.
.
- A figura de uma mulher negra, que olha a cena por cima dos ombros de Juan Diego. Efetivamente, o testamento do bispo Zumárraga declara explicitamente: “Dou alforria e faço livre de toda a servidão, Maria, negra, e Pedro, negro, seu marido, escravos que estão nesta casa, para que tais pessoas livres possam dispor de si no que quiserem”.
.
- Por fim, o homem de barba, visível com maior nitidez no olho direito, e que parece corresponder a um sacerdote espanhol, com o polegar direito metido na barba e que olha com assombro e concentração o poncho do índio.
.
Tonsman concluiu o seguinte: “Mesmo com a atual tecnologia, seria praticamente impossível pintar tantas imagens, e com detalhes tão minuciosos, como as que se descobriram nas córneas dos olhos da Virgem. Recordemos que o diâmetro dessas córneas é de apenas 7 ou 8 milímetros, e é preciso enfatizar a rudeza do material em que estão impressas. Dada a impossibilidade de explicar por meios naturais a gravação das imagens encontradas, a hipótese que apresentamos a seguir trata de justificar a presença de todos esses personagens, aceitando como um fato sobrenatural (milagroso) a estampagem da imagem da Virgem de Guadalupe. Embora essa hipótese não possa ser comprovada por meios científicos, permitiria explicar por que essas pessoas aparecem nos lugares em que estão, e ajudaria a lançar luzes sobre a cena do milagre a partir do conjunto que se parece poder observar na córnea”.
.
Eis a hipótese por ele formulada:
.
- Que diversas pessoas estavam presentes na cena do milagre, coisa que concorda com relatos da época, pois quando os empregados perceberam algo extraordinário no poncho de Juan Diego, foram avisar ao bispo e entraram junto com o asteca , o que explica a presença do índio seminu, da negra e do tradutor.
.
- Que, também de acordo com o relato original, a gravação da imagem se produziu no instante em que o índio deixou cair as flores diante do bispo.
.
- Que a aparição não se deu diretamente, como uma pintura, sobre o poncho, mas que a Virgem apareceu “fora” dele, podendo assim acontecer que todos os presentes ficassem refletidos na córnea de seu olho. A imagem do poncho seria, neste caso, como que o reflexo num espelho dessa aparição da Virgem.
.
Fonte: O mistério de Guadalupe, de Francisco Ansón, Editora Quadrante.


quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Jornada do Advento dia 29

 



3º Dia da Jornada do Advento: Preparação para o Natal do Senhor. TEMA: SANTIDADE


O HABITO RELIGIOSO: SINAIS DE ESPERANÇA PARA O MUNDO.





«Caminhamos pelas ruas com o hábito completo».

Diz a Mãe Miriam que, quando tinha 20 anos, «era uma mulher judia solteira que não conhecia Cristo. No entanto, o encurtamento dos hábitos das freiras teve um enorme impacto em mim. Senti uma perda profunda e imediata. Vinte e seis anos depois, fui atravessado pelo mesmo “santo impacto” quando fui desafiado a investigar a afirmação de que a Igreja Católica era a única Igreja verdadeira fundada por Cristo.

Meu sonho foi há muito tempo devolver a bainha do hábito religioso ao chão e ao mundo, como um sinal da Glória que Deus merece. Recentemente, passei algum tempo estudando a vida religiosa na Irlanda, onde fui recebida por irmãs em fatos de calças e fato de treino. Se as visses na rua não saberias que eram irmãs. É profundamente doloroso para mim.

Acho que muitas irmãs abandonaram o hábito porque tinham a ideia errada de que as religiosas tinham que ser como as pessoas que serviam. Mas o povo não precisa dos religiosos para ser um deles, assim como as crianças não precisam de seus pais para serem companheiros ou amigos, mas sim para conduzi-los ao Céu.

Outras irmãs se cansaram do hábito, porque acharam que estava calor, era desconfortável e muito difícil de manter.

Sinto-me como um cabide para o hábito. Ando pelas ruas e shoppings usando-o. As pessoas vêm ter comigo o tempo todo e me perguntam: "Você é freira? Pensei que estavam extintos! ”. As pessoas me pedem oração. Traz esperança ao mundo.

Adoro o hábito. Dormiria nele se pudesse. Suspeito que algumas dessas irmãs que o abandonaram se arrependeram. Voltariam a fazê-lo, mas temem que a sua comunidade os exclua se o fizessem».

Mãe Miriam do Cordeiro de Deus.


Jornada do Advento dia 29

 

 



3º Dia da Jornada do Advento: Preparação para o Natal do Senhor. TEMA: SANTIDADE


terça-feira, 28 de novembro de 2023

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Nossa Senhora das Graças e a Medalha Milagrosa: um sinal em meio ao caos

Celebramos em 27 de novembro a Virgem da Medalha Milagrosa, cujas aparições aconteceram durante uma enorme crise social, política e econômica




França, início do século XIX. De família humilde, nasce Catherine Labouré, que, ainda jovem, ingressa ao noviciado das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo e, ainda noviça, recebe a graça de ver Nossa Senhora em pessoa.
Maria lhe aparece na capela das Filhas da Caridade, na Rue du Bac, em Paris. A capital da França está em crise: a Revolução de Julho de 1830 destituiu o monarca e deixado os trabalhadores à deriva: desempregados e furiosos, eles organizaram mais de 4.000 barricadas pela cidade.

A Mãe de Deus apareceria diversas vezes em visões para a jovem noviça, que hoje conhecemos como Santa Catarina Labouré ou, pelo seu nome em francês, como Santa Catherine Labouré.

Na segunda aparição, Nossa Senhora está de pé sobre uma esfera branca, esmagando com os pés uma serpente e trazendo nas mãos um globo. De repente, o globo desaparece e os braços da Virgem se estendem para a terra. Seus dedos estão ornados com anéis de pedrarias, dos quais são emanados raios de luz que simbolizam as graças concedidas a quem as pede. Porém, algumas pedras não emitem luminosidade alguma: elas simbolizam as pessoas que nunca pedem nenhuma graça a Maria. Em seguida, em formato oval, aparece esta inscrição:

“Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.

Na visão de Catarina, o verso dessa imagem mostra a letra “M”, encimada por uma cruz, e, abaixo, dois corações. O Sagrado Coração de Jesus está coroado por espinhos; o Imaculado Coração de Maria está cercado por rosas e trespassado por uma espada.
Uma voz lhe afirma claramente:

“Manda cunhar uma medalha a partir deste modelo”.

Além de instruir Catarina a fazer a medalha baseada nessa visão, Nossa Senhora promete abundantes graças para todos os que a usarem com confiança.

A medalha e os relatos de milagres

Dois anos depois, uma avassaladora epidemia de cólera arranca a vida de mais de 20.000 parisienses. As religiosas distribuem a medalha milagrosa e logo começam a ser relatados vários casos de cura, bem como de proteção contra a doença.

A medalha de Maria também desata alguns eventos surpreendentes. Oito anos após a epidemia, a capela da Rue du Bac volta a receber aparições. A Mãe de Deus aparece desta vez para a irmã Justine Busqueyburu, confiando a ela o Escapulário Verde do seu Coração Imaculado para a conversão dos pecadores, em particular dos que não têm fé.

Dois anos depois, o banqueiro francês Alphonse Ratisbonne, ateu, membro de uma destacada família judaica, se converte ao catolicismo. Ratisbonne tinha visitado Roma usando por brincadeira a medalha milagrosa. Ao visitar a famosa igreja barroca de Sant’Andrea delle Fratte, em 20 de janeiro de 1842, ele próprio recebe uma aparição de Maria. Ratisbonne se converte ali mesmo.

“Ele não conseguia explicar como tinha passado do lado direito da igreja para o altar lateral oposto… Tudo o que ele sabia era que, de repente, estava de joelhos perto daquele altar. No começo, conseguiu ver claramente a Rainha do Céu em todo o esplendor da sua beleza imaculada, mas não pôde continuar olhando para o brilho daquela luz. Por três vezes tentou olhar novamente para a Mãe de Misericórdia; por três vezes foi incapaz de levantar os olhos para além das mãos abençoadas de Maria, da qual fluía, em raios luminosos, uma torrente de graças”.

Alphonse Ratisbonne se torna sacerdote jesuíta e, mais tarde, funda a congregação religiosa dos Padres e Irmãs de Sião em Jerusalém.

Catarina Labouré morre mais de trinta anos depois, ainda como freira de clausura no convento de Paris. Seus restos mortais são encontrados incorruptos em 1933 e ela é canonizada em 1947 pelo Papa Pio XII.

Nossa Senhora das Graças, a Virgem da Medalha Milagrosa, é celebrada pela Igreja no dia 27 de novembro.


Cuidado: saiba distinguir entre a real Medalha Milagrosa e as versões ocultistas



Jornada do Advento para o dia 27/11

 



1º Episódio da 1ª Semana da Jornada do Advento 2023 Palavra do dia: CRESCER


domingo, 26 de novembro de 2023

A Solenidade de Cristo Rei surgiu num contexto perturbadoramente semelhante ao nosso

 



Instituída pelo Papa Pio XI, ela nos lembra algo essencial, mas que é negado e combatido por governos cada vez mais violentos em restringir a fé em Deus

Instituída pelo Papa Pio XI em 1925, a Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo, encerrou ontem o ano litúrgico ao celebrar Jesus como o Rei de tudo e de todos e nos recordar que somos parte do Seu Reino – um Reino que não é deste mundo, mas que podemos alcançar desde agora mediante as graças que Deus nos concede para nos santificar e para ajudarmos os nossos irmãos a se transformarem pelo amor.

É esta, aliás, a missão da Igreja, conforme nos explicou em 2012 o Papa Bento XVI, ao presidir esta mesma solenidade:

“Com o Seu sacrifício, Jesus nos abriu a estrada para uma relação profunda com Deus: n’Ele nos tornamos verdadeiros filhos adotivos, participando assim da Sua realeza sobre o mundo. Ser discípulos de Jesus significa, portanto, não nos deixarmos fascinar pela lógica mundana do poder, mas levar ao mundo a luz da verdade e do amor de Deus”.

Afinal, o próprio Jesus afirmou:
“Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo” (Jo 18,37).

O atual Papa Emérito também relacionou o Rei Cristo Jesus com a oração do Pai-Nosso, observando que o pedido “Venha a nós o Vosso Reino” equivale a dizer a Jesus:
.
“Senhor, fazei com que sejamos Vossos; vivei em nós, reuni a humanidade dispersa e atribulada, para que, em Vós, tudo se submeta ao Pai da misericórdia e do amor”.

A festa de Cristo Rei foi instituída pelo Papa Pio XI num contexto que guarda chamativas semelhanças com o nosso tempo – se não nas formas, que agora parecem mais “sutis” por priorizarem a guerra cultural sobre a força física, certamente no fundo, que prega um mundo materialista e abertamente limitador da fé.

Governos enfaticamente opressores da fé

Em 1925, o comunismo era imposto à Rússia e a territórios vizinhos mediante uma violência avassaladora. A visão comunista do mundo e do ser humano é essencialmente materialista: afirma que só existe esta vida, restringe liberdades fundamentais que derivam da nossa natureza espiritual, impede a transcendência e, por consequência, impõe o ateísmo teórico e prático – e literalmente o impõe, proibindo as pessoas de viverem a própria fé e as obrigando a servirem a um novo deus: o Estado, capitaneado por um grupo de “camaradas” que se digladiam para permanecer no poder esmagando qualquer inimigo sem chance de diálogo.

Diante de governos que procuravam por todos os meios e com toda a virulência implantar a própria visão materialista de mundo, restringindo abertamente a prática da fé em Deus, o Papa Pio XI escreveu:

“Se todo o poder foi dado ao Senhor Jesus, no céu e na terra; se os homens, resgatados pelo Seu sangue preciosíssimo, se tornam, com novo título, súditos do Seu império; se, finalmente, este poder abraça a natureza humana em seu conjunto, é claro que nenhuma das nossas faculdades pode subtrair-se a essa realeza. É preciso, pois, que Ele reine em nossas inteligências: com plena submissão, com adesão firme e constante, devemos crer nas verdades reveladas e nos ensinamentos de Cristo. É preciso que Ele reine em nossas vontades: devemos observar as leis e os mandamentos de Deus. É preciso que Ele reine em nossos corações: devemos mortificar os nossos afetos naturais e amar a Deus sobre todas as coisas” (Encíclica Quas Primas, 34).

Em 1969, o beato Paulo VI deu à solenidade o seu atual título completo: Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Também foi ele quem estabeleceu como data desta grande festa o último domingo do ano litúrgico.

Uma vez encerrado o ano litúrgico na Solenidade de Cristo Rei, a Igreja se prepara agora para entrar no Advento, o tempo da espera pelo Nascimento do Salvador.

Como ao longo de toda a história, não faltarão Herodes para tentar matá-lo. E, como ao longo de toda a história, cada um deles fracassará.

Viva Cristo Rei!


Fonte: https://pt.aleteia.org


domingo, 12 de novembro de 2023

Pai-Nosso na missa: de mãos dadas?

 

                                         Foto: Rivaldo R. Ribeiro

Mãos dadas? Mãos levantadas? Qual é a melhor postura para rezar o Pai-Nosso na Missa e por quê?


A prática de dar as mãos na hora de rezar o Pai-Nosso vem do mundo protestante. A razão é que os protestantes, ao não ter a presença real de Cristo, ou seja, ao não ter uma comunhão real e válida que os uma entre si e com Deus, apelam ao gesto de dar as mãos uns aos outros como momento de comunhão na oração comunitária.
.
Nós, na missa, temos dois momentos de maior importância: a consagração e a comunhão. É na missa que temos nossa unidade; é nela que nos unimos a Jesus e em Jesus, por meio do sacerdócio comum dos fiéis. E dar as mãos é, obviamente, uma distração disso. Nós, católicos, nos unimos na comunhão, e não quando damos as mãos.

Não há nada na Instrução Geral do Missal Romano que indique que a prática de dar as mãos tenha de ser feita. Na missa, cada gesto é regulado pela Igreja.

É por isso que temos partes particulares da missa nas quais nos ajoelhamos, partes nas quais nos levantamos, partes nas quais nos sentamos etc. E não há menção alguma nos documentos que fale que precisamos dar as mãos para rezar o Pai-Nosso.

Portanto, esta prática deve ser evitada durante a celebração da missa. Porém, se alguém quiser fazer isso, que faça (como exceção) com alguém de absoluta confiança, sem forçar ninguém, sem incomodar ninguém e sem a intenção de que isso se transforme em norma litúrgica para todos.

É preciso levar em consideração que nem todo mundo quer segurar a mão do vizinho, e tentar impor isso pode acabar sendo incômodo em detrimento da oração, da piedade e do recolhimento.

E fora da Missa?

Outra coisa muito diferente é a oração comunitária fora da missa. Quando se reza fora da missa, não há problema algum em segurar a mão de alguém, pois isso é um gesto muito emotivo e simbólico.
.
Esta, como outras atitudes, não é senão a exaltação do sentimento. O estar em comunhão com alguém não consiste tanto em dar as mãos ao rezar o Pai-Nosso, e sim no fato de estar confessado, no fato de estarem em estado de graça e, sobretudo, no fato de estarem preparados para a Eucaristia.

Se o gesto de dar as mãos fosse necessário, importante ou conveniente para toda a Igreja, os bispos ou as conferências episcopais já teriam enviado uma petição a Roma, há muito tempo, para que tal prática fosse implantada. Não o fizeram e penso que nunca o farão.

Outra coisa que se vê muito quando se reza o Pai-Nosso é que as pessoas levantem as mãos, como o padre faz, e isso tampouco é correto, porque não cabe aos leigos, durante a missa, fazer os gestos reservados ao sacerdote, nem pronunciar as palavras ou orações do padre, confundindo o sacerdócio comum dos fiéis com o sacerdócio ministerial.

Só os padres estendem as mãos; é melhor que os fiéis permaneçam como estão ou orem com as mãos unidas, pois a fé interior é o que importa, é o que Deus vê.

Os gestos externos do padre na santa missa existem para que os fiéis vejam que o sacerdote é o homem designado que intercede por eles.

Estender os braços na oração já era habitual na Igreja primitiva, mas no contexto de um círculo de oração, na oração privada ou em outro encontro não litúrgico.

Os gestos na missa são precisos, tanto para o padre quanto para os fiéis; cada um faz sua parte e os fiéis não devem copiar os gestos do sacerdote. Os gestos dos fiéis na missa são suas respostas, seu canto, suas posturas.

Tanto o gesto de dar as mãos como o de levantar as mãos ao rezar o Pai-Nosso são, nos fiéis, práticas não litúrgicas que, ainda que não estejam explicitamente proibidas no missal, tampouco correspondem a uma liturgia correta.

Os fiéis não devem repetir, nem com palavras nem com ações, o que o padre faz ao presidir a assembleia litúrgica.

https://pt.aleteia.org



terça-feira, 7 de novembro de 2023

11 Corpos Incorruptos De Santos Da Igreja Católica

 


Aviso
: O material apresentado em Discoverize PT tem como único propósito o entretenimento. 
Embora nos esforcemos para ser precisos, é possível que nossas informações não sejam exatas, estejam desatualizadas ou não sejam completas. 
É sempre recomendável consultar especialistas e fazer suas próprias pesquisas. 
Desfrute do nosso conteúdo, mas também questione e aprofunde-se em sua exploração.