sábado, 16 de março de 2013

Eis o Mar de Misericórdia!



“Hoje, durante a Devoção da Paixão, vi Jesus martirizado, coroado de espinhos, segurando nas mãos um pedaço de cana. Jesus estava calado e os soldados rivalizavam em atormentá-Lo. Jesus não dizia nada, apenas olhava para mim. Nesse olhar senti o Seu martírio tão terrível que nós nem fazemos ideia do que Jesus sofreu por nós antes de ser crucificado. A minha alma estava cheia de dor e saudade. Senti na alma um grande ódio ao pecado. A minha menor infidelidade parecia-me uma grande montanha, e procurei desagravá-Lo pela mortificação e por penitências. Quando vejo Jesus martirizado, o meu coração se dilacera, e penso o que será dos pecadores se não souberem tirar proveito da Paixão de Jesus. Na sua Paixão vejo todo um mar de misericórdia.” D. 948

Estamos nos aproximando da Quaresma um tempo de nos aprofundarmos na Paixão de Nosso Senhor. Não foi uma estorinha, mas um marco em toda história da humanidade. Penso no que sentiu Santa Faustina ao contemplar Jesus martirizado, coroado de espinhos, todo flagelado e sendo ofendido e atormentado pelos soldados. Muito sofreu Jesus no seu martírio vivido por cada um de nós. Santa Ana Catarina Emmerich narra a Paixão de Jesus de uma forma que não tem como ficarmos inertes a todo sofrimento de Nosso Senhor. Temos que sentir na nossa alma um desejo muito grande de viver em santidade para não mais pregar Jesus na Cruz.

Nos nossos dias atuais tudo nos é permitido, mas São Paulo já nos adverte “mas nem tudo nos convêm” (I Cor 6, 12). Num mundo onde muitos são deuses de si mesmo, onde o pecado é chamado de modernidade, onde tudo pode, fico a pensar naquele olhar de Jesus, um olhar que nos pede conversão, penitência, desagravo, mortificação por todos os pecados cometidos no mundo inteiro.

Devemos tirar proveito da Paixão de Nosso Senhor sendo fiéis a Ele em tudo, tendo em nosso coração que o nosso pecado levou Jesus a agonizar, ser flagelado, coroado de espinhos, carregar a Cruz e morrer n’Ela por cada um de nós. É tempo de recolhimento, meditação, oração para vivermos com Jesus esta quaresma como se fosse a última de nossas vidas.

Confiando inteiramente na misericórdia que vem do Coração chagado de Nosso Senhor, podemos mergulhar profundamente neste oceano que nos lava de todos os nossos pecados.
“Abri o Meu Coração como fonte viva de misericórdia; que dela tirem vida todas as almas, que se aproximem desse mar de misericórdia com grande confiança. Os pecadores alcançarão justificação, e os justos serão confirmados no bem. O que confiou na Minha Misericórdia, derramarei na hora da morte a Minha divina paz na sua alma.” D. 1520




claudete tereza longhi sassaki



Crer na caridade suscita caridade



«Nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem para conosco» (1 Jo 4, 16)

A celebração da Quaresma, no contexto do Ano da fé proporciona-nos uma preciosa ocasião para meditar sobre a relação entre fé e caridade: entre o crer em Deus, no Deus de Jesus Cristo, e o amor, que é fruto da ação do Espírito Santo e nos guia por um caminho de dedicação a Deus e aos outros.

Na  minha primeira Encíclica deixei já alguns elementos que permitem individuar a estreita ligação entre estas duas virtudes teologais: a fé e a caridade. Partindo duma afirmação fundamental do apóstolo João: «Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos n’Ele» (1 Jo 4, 16), recordava que, «no início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo. Dado que Deus foi o primeiro a amar-nos (cf. 1 Jo 4, 10), agora o amor já não é apenas um “mandamento”, mas é a resposta ao dom do amor com que Deus vem ao nosso encontro». A fé constitui aquela adesão pessoal - que engloba todas as nossas faculdades - à revelação do amor gratuito e «apaixonado» que Deus tem por nós e que se manifesta plenamente em Jesus Cristo. O encontro com Deus Amor envolve não só o coração, mas também o intelecto: «O reconhecimento do Deus vivo é um caminho para o amor, e o sim da nossa vontade à d’Ele une intelecto, vontade e sentimento no ato globalizante do amor. Mas isto é um processo que permanece continuamente a caminho: o amor nunca está "concluído" e completado»

O cristão é uma pessoa conquistada pelo amor de Cristo e, movido por este amor (2 Cor 5, 14) - , está aberto de modo profundo e concreto ao amor do próximo. Esta atitude nasce, antes de tudo, da consciência de ser amados, perdoados e mesmo servidos pelo Senhor, que Se inclina para lavar os pés dos Apóstolos e Se oferece a Si mesmo na cruz para atrair a humanidade ao amor de Deus.

Toda a vida cristã consiste em responder ao amor de Deus. A primeira resposta é precisamente a fé como acolhimento, cheio de admiração e gratidão, de uma iniciativa divina inaudita que nos precede e solicita; e o «sim» da fé assinala o início de uma luminosa história de amizade com o Senhor, que enche e dá sentido pleno a toda a nossa vida. Mas Deus não se contenta com o nosso acolhimento do seu amor gratuito; não Se limita a amar-nos, mas quer atrair-nos a Si, transformar-nos de modo tão profundo que nos leve a dizer, como São Paulo: Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim (cf. Gl 2, 20).

A existência cristã consiste num contínuo subir ao monte do encontro com Deus e depois voltar a descer, trazendo o amor e a força que daí derivam, para servir os nossos irmãos e irmãs com o próprio amor de Deus. Na Sagrada Escritura, vemos como o zelo dos Apóstolos pelo anúncio do Evangelho, que suscita a fé, está estreitamente ligado com a amorosa solicitude pelo serviço dos pobres (cf. At 6, 1-4).

Essencialmente, tudo parte do Amor e tende para o Amor. O amor gratuito de Deus é-nos dado a conhecer por meio do anúncio do Evangelho. Se o acolhermos com fé, recebemos aquele primeiro e indispensável contato com o divino que é capaz de nos fazer «enamorar do Amor», para depois habitar e crescer neste Amor e comunicá-lo com alegria aos outros.

Enquanto dom e resposta, a fé faz-nos conhecer a verdade de Cristo como Amor encarnado e crucificado, adesão plena e perfeita à vontade do Pai e infinita misericórdia divina para com o próximo; a fé radica no coração e na mente a firme convicção de que precisamente este Amor é a única realidade vitoriosa sobre o mal e a morte.

Caríssimos irmãos e irmãs, neste tempo de Quaresma, em que nos preparamos para celebrar o evento da Cruz e da Ressurreição, no qual o Amor de Deus redimiu o mundo e iluminou a história, desejo a todos vós que vivais este tempo precioso reavivando a fé em Jesus Cristo, para entrar no seu próprio circuito de amor ao Pai e a cada irmão e irmã que encontramos na nossa vida. Por isto elevo a minha oração a Deus, enquanto invoco sobre cada um e sobre cada comunidade a Bênção do Senhor!

(Extraído da Mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma de 2013)



sexta-feira, 15 de março de 2013

O Batismo de Jesus:

A saída de Jesus da Galiléia até o rio Jordão a fim de ser batizado por João, marca o início da vida pública de Jesus.
A imersão no rio Jordão simbolizava no plano externo a conversão interior e o desejo de abandonar os caminhos do erro. Somente com a alma lavada da sujeira acumulada nos anos de perdição, as pessoas estavam preparadas para entender o projeto de Deus que seria proposto por Cristo. Esse Foi o tema proposto por todos os profetas: conversão, arrependimento, penitência.
João Batista foi o último dos profetas, moldado no seio de Isabel para desempenhar a digníssima tarefa de preparar os caminhos do Senhor, isto é, a conversão do coração das pessoas para ouvir o Messias. E João fica admirado com o pedido do Salvador, pois sabia que Ele era Jesus e não precisava ser batizado para a conversão de seus pecados, porque Nele não havia o mal, mas mesmo assim quis ser batizado para mostrar que estava junto com o povo peregrino e sofredor, de forma a estabelecer um maior vínculo com aquela gente infinitamente amada por Ele.
Ao povo é revelado naquele momento que Jesus Cristo é alguém totalmente inserido na vida divina: o próprio Deus revelará quem Jesus é e fará descer sobre Ele o Espírito Santo que o acompanhará em sua pregação. E o povo saberá então, que é Ele sobre quem o profeta Isaías havia dito: “Eis o meu servo – eu o recebo; eis o meu eleito – nele se compraz minha alma; pus meu espírito sobre ele, ele promoverá o julgamento das nações. Ele não clama nem levanta a voz, nem se faz ouvir pelas ruas. Não quebra uma cana rachada nem apaga um pavio que ainda fumega; mas promoverá o julgamento para obter a verdade. E abrirá os olhos dos cegos, tirará os cativos da prisão e livrará do cárcere os que vivem nas trevas” (Is 42, 1-3,7).
Queridos irmãos: Com o Batismo, Jesus inicia o seu Ministério Público e nossa entrada na Igreja também se dá com o sacramento do Batismo. E a partir dele o que fazemos? Ensinamos nossos filhos a viver em plenitude a fé? Somos exemplos de pessoas que concretizam suas experiências de Deus, como Jesus as concretizou? Podemos dizer que hoje, em nós o Espírito de Deus faz morada?
Ser batizado é ser inexoravelmente responsável pela construção do Reino de Deus. Pelo Batismo nos tornamos membros da Igreja de Deus, fiéis aos seus ensinamentos, desejosos de estabelecer vínculos com o Criador e a Ele testemunhar com nossas vidas.
Portanto, cabe-nos procurar viver de forma concreta o Batismo, pois só assim poderemos mostrar com a nossa vida a face amorosa de Deus.

Juliano Árabe

quinta-feira, 14 de março de 2013

VIDA PLENA

“Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância.” (Jo 10,10)

Vivemos em um mundo em permanente transformação, sobretudo na tecnologia, com um simples toque dos dedos o mundo está em nossas mãos. Tudo é muito rápido. Mas será que toda essa facilidade nos traz felicidade? Será que todo esse progresso nos preenche, como ser humano, criados à imagem e semelhança de Deus?

Trabalhamos, muitas vezes, para ter coisas, para consumir e acumular. Olhe dentro do seu guarda roupa, das suas gavetas, na sua casa. Analise e reflita se tudo isso é realmente necessário para sua vida. Necessário é trabalhar para ser pessoa, para amar e acolher a todos como pessoas com dignidade de filhos de Deus.

Jesus disse: “É o espírito que dá a vida; a carne de nada serve. As palavras que eu vos tenho dito são espírito e vida” (Jo 6, 63). Quando Jesus fala minhas palavras são espírito refere-se a realidades profundamente espirituais que dão a vida em plenitude. Vida que realmente tem sentido só encontramos em Jesus, em suas palavras e no seu seguimento.

Jesus também nos ensina que temos a vida em plenitude quando servimos uns aos outros, quando colocamos nossa vida a serviço do outro. “Vós me chamais o Mestre e o Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou realmente. Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Pois eu vos dei o exemplo, para que assim como eu vos fiz o façais vós também.” (Jo 13, 13-15)

O serviço ao outro é a doação de nós mesmos. Amar e servir como fez Jesus. Esse serviço começa em casa, no ambiente do lar, na colaboração de cada um nas tarefas domésticas, na acolhida do outro, na oração em família, no respeito e amor dedicados a todos os membros da família. E se estende por todos os lugares que passamos e a todas as pessoas que encontramos.

Servir é cuidar, servir é amar. Jesus nos oferece vida em plenitude quando seguimos o novo mandamento que Ele nos dá: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.” (Jo 13, 34)

Neste ano da fé que nossos pensamentos, palavras e ações sejam conduzidas pelos ensinamentos de Jesus e que possamos através do amor e do serviço ter vida em plenitude. Façamos a experiência!

Que Deus nos abençoe e Maria Santíssima caminhe sempre conosco!

Salve Maria!!

Maria Regina-Serva da Comunidade Redil do Bom Pastor

São Domingos Sávio

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Domingos Sávio nasceu em Riva, vila de Castelnuovo de Asti, Itália, em 02 de abril de 1842. Filho de Carlos Sávio e Brígida Agagliate, ferreiro e costureira; pessoas pobres, mas ricas na graça de Deus.

Desde pequeno foi dotado de uma índole doce e de um coração formado para a piedade, aprendeu com extraordinária facilidade as orações da manhã e da noite, que rezava já quando tinha apenas quatro anos de idade.

Aos 5 anos frequentava a igreja com sua mãe; sua atitude devota chamava a atenção de todos. Se a igreja estava ainda fechada, ajoelhava-se junto à porta e ficava orando até que fosse aberta, não lhe importando se chovia ou nevava, se fazia calor ou frio.

Evitava todos os meninos arruaceiros e só estabelecida amizade como os de boa conduta.

Domingos pelo seu comportamento e devoção foi admitido à Primeira Comunhão aos sete anos, quando na época a idade mínima para tal era 12 anos. Pode-se perceber a sua maturidade nos propósitos que deixou registrado nesse dia: “Propósitos que eu, Domingos Sávio, me propus no ano de 1849, quando fiz a Primeira Comunhão, aos 7 anos de idade”:
1-Confessar-me-ei muito amiúde e receberei a Sagrada Comunhão sempre que o confessor me permita;
2-Quero santificar os dias de festa;
3-Meus amigos serão Jesus e Maria;
4-Antes morrer que pecar.”

Domingos por sua inteligência e aplicação, obteve sempre o primeiro lugar na classe, além de outras distinções por seu bom comportamento e pelo cumprimento dos deveres.
Em 1854, aos 12 anos de idade, Domingos inicia seus estudos com São João Bosco, a pedido de D. Cugliero, professor de Domingos.

A devoção de Domingos para com Nossa Senhora era extrema. No dia 8 de dezembro de 1854, ano da proclamação do dogma da Imaculada Conceição, ele renovou seus propósitos da Primeira Comunhão e fez esta oração: “Maria, eu vos dou meu coração: fazei com que seja vosso. Jesus e Maria, sede sempre meus amigos: mas, por vosso amor, fazei com que eu morra mil vezes antes que tenha a desgraça de cometer um só pecado”.

Esse horror ao pecado era muito vivo em Domingos, que costumava dizer: “Quero declarar guerra de morte ao pecado mortal”. E dizia: “Quero pedir muito, muito, à Santíssima Virgem e ao Senhor que me mandem antes a morte que deixar-me cair em um pecado venial contra a modéstia”.

São João Bosco sempre ensinava que para chegar a ser santo é preciso ganhar almas para Deus, pois não há coisa mais santa nesta vida do que cooperar com Deus na salvação das almas, pelas quais Jesus Cristo derramou até a última gota de seu preciosíssimo sangue. Domingos transformou esse conselho em programa de vida, não deixava passar ocasião de dar bons conselhos e avisar a quem dissesse ou fizesse coisa contrária à santa lei de Deus. Dizia também que gostaria muito de reunir as crianças para ensinar-lhes o catecismo: “Quantos pobres meninos se condenam talvez eternamente por não haver quem os instrua na fé.”

Sua oração predileta – afirma Dom Bosco – era a coroa ao Sagrado Coração de Jesus para reparar as injúrias que recebe dos hereges, infiéis e maus cristãos.

Domingos tornou-se conhecido como uma pessoa com dons espirituais especiais e que reconhecia a necessidade das pessoas, bem além do percebido pelo padre comum e tinha uma habilidade de profetizar o futuro.

Ele faleceu santamente no dia 09 de março de 1857 aos 15 anos de idade de tuberculose.

Pouco tempo depois, São João Bosco escreveu sua biografia, o que contribuiu para a sua canonização. Ele foi a pessoa mais jovem a receber a canonização, na história da Igreja.

Ele é padroeiro dos cantores de coro da Igreja e delinqüentes juvenis.

São Domingos Sávio, rogai por nós.









Bete Passetti
Serva da Comunidade Redil do Bom Pastor