sábado, 8 de novembro de 2014

A família explicada pelo Papa Francisco


Um livro que recolhe uma espécie de manual com os pontos mais significativos propostos pelo Papa Francisco, um pequeno instrumento, como uma “catequese popular” sobre o tema família, com o título: “Em família com Papa Francisco” (Aldo Maria Valli, Editora Ancora, publicado na Itália).
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O livro descreve os problemas da família e apresenta possíveis soluções, ressalta Valli: “segundo o Papa Francisco, existe sempre um sadio realismo que emerge não apenas nas grandes decisões, como o fato de dedicar duas reuniões mundiais dos bispos às famílias, às suas riquezas, mas também se debruçar sobre suas dificuldades”.
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O casamento, afirmou o Papa, “conduz-nos ao coração do projecto de Deus, que é um projecto de aliança com seu povo, com todos nós: um projecto de comunhão”.
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A imagem de Deus, escreve Valli, é sem dúvida o casal, a união entre o homem e a mulher. O Papa Francisco diz que antes de tudo “somos criados para amar, como reflexo de Deus e do Seu amor”, e que é na união conjugal entre o homem e a mulher que se realiza esta vocação, “no sinal de reciprocidade e de comunhão de vida plena e definitiva”.
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Quando um homem e uma mulher se unem em matrimónio, Deus “se reflecte neles”. Da mesma maneira, como indica São Paulo na Carta aos Efésios, nos esposos cristãos reflete-se “a relação instaurada de Cristo com a Igreja, uma relação esponsal”.
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As três características do amor que Jesus nutre pela Igreja, a Sua esposa, são a fidelidade, a perseverança e a fecundidade, que são também as características de um autêntico casamento cristão, no qual o amor se apresenta sobretudo de dois modos: como custódia recíproca e como fraternidade.
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“Nunca alarmante, sempre confiante na Divina Providência, mas consciente da necessidade de colocar bem o foco nos novos desafios”, observa Valli, o Papa Francisco decidiu dedicar à família um caminho sinodal articulado: um sínodo extraordinário (2014) e um ordinário (2015). “A primeira etapa tem como propósito identificar novas linhas operativas para a pastoral da família”.
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Os desafios são grandes e complexos: “vai da rápida difusão das uniões de fato (que em alguns casos chegam ao casamento, mas muito mais frequentes excluem totalmente a ideia), à união entre pessoas do mesmo sexo; da busca, por parte destas pessoas, de poder adoptar filhos entre pessoas de culturas de fé diferente; da família monoparental (onde está presente somente um dos pais com os filhos), à poligamia; dos casamentos combinados (com tudo aquilo que implica para a mulher, muitas vezes reduzida a objecto), para os casais que vivem distantes da própria terra por causa dos fenómenos migratórios”. No fundo, “uma mentalidade sempre mais permeada da ideia desenvolvida no Ocidente de que não vale a pena se envolver para sempre, que a fé é um mito e que a instabilidade das relações afectivas seja não um problema, mas a norma, e como tal é simplesmente reconhecida”.
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Um outro dado desafia a Igreja directamente: “o individualismo, com as suas veias hedonistas, penetrou também entre aqueles que ainda, apesar de tudo, se dizem crentes”. Se está em presença de uma fé que “em muitos casos não somente desce facilmente a um acordo com a mentalidade secundária, mas considera natural acolher somente alguns preceitos e não outros, ou reinterpretar as indicações doutrinárias dependendo das situações individuais e interesses contingentes”.
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Consciente dos problemas, Francisco não se esconde quando se trata de denunciar os ataques que sofre a família, fundada no matrimónio entre um homem e uma mulher, mas nele prevalece sempre o desejo de, por sua vez, olhar a questão de maneira positiva.
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O compromisso de todos, começando pelos pastores, deve ser o de “reconhecer quanto é bonito, verdadeiro e bom formar uma família, ser família hoje; quanto é indispensável isto para a vida do mundo, para o futuro da humanidade”, afirmou. “É-nos pedido de colocar em evidência o luminoso plano de Deus sobre a família e ajudar os cônjuges a vivê-lo com alegria em sua existência, acompanhá-los em tantas dificuldades, com uma pastoral inteligente, corajosa e plena de amor”.
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Na vida conjugal, valem sempre “três palavras mágicas”: “por favor, obrigado e desculpa”. “Por favor: para não ser intruso na vida do cônjuge. Obrigado: agradecer ao cônjuge por aquilo que fez por mim. E visto que todos nós erramos, a outra palavra que é um pouco mais difícil de dizer, mas necessária: desculpa. Com estas três palavras, com a oração do esposo pela esposa e vice-versa, e com o fato de fazer as pazes sempre antes que termine o dia, o casamento vai adiante”.

FONTE:
ALETEIA-Uma iniciativa da Fundação para a Evangelização através da Mídia



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