O historiador dos primeiros anos da igreja, Eusébio (260-340 DC), relata em seu livro A História da Igreja, como um apóstata de nome Natalis se apresentou vestido de saco e coberto de cinzas diante do Papa Ceferino, para suplicar-lhe perdão.
Sabe-se que num determinado momento existiu uma prática que consistia no sacerdote impor as cinzas em todos aqueles que deviam fazer penitência pública. As cinzas eram colocadas quando o penitente saía do Confessionário.
Esses exemplos mostram que o simbolismo do tecido de saco e das cinzas servia para representar os sentimentos de aflição e arrependimento, bem como a intenção de se fazer penitência pelos pecados cometidos contra o Senhor e a Sua igreja.
Na Igreja de hoje:
Com o passar dos tempos o uso das cinzas foi adotado como sinal do início do tempo da Quaresma; o período de preparação de quarenta dias (excluindo-se osdomingos) antes da Páscoa da Ressurreição.
Hoje utilizamos cinzas feitas com os ramos de palmas distribuídos no ano anterior no Domingo de Ramos. O sacerdote abençoa as cinzas e as impõe nafronte de cada fiel traçando com essas o Sinal da Cruz. Logo em seguida diz: "Recorda-te que és pó e em pó te converterás" ou então "Arrepende-te e crede no Evangelho".
Devemos nos preparar para o começo da Quaresma compreendendo o significado profundo das cinzas que recebemos. É um tempo para examinar nossas ações atuais e passadas e lamentarmo-nos profundamente por nossos pecados. Só assim poderemos voltar nossos corações genuinamente para Nosso Senhor, que sofreu, morreu e ressuscitou pela nossa salvação.
Além do mais esse tempo nos serve para renovar nossas promessas batismais, quando morremos para a vida passada e começamos uma nova vida em Cristo.
Imposição das cinzas no início da Quaresma:
Aceitando que nos imponham as cinzas, expressamos duas realidades fundamentais:
1. Somos criaturas mortais e tomamos consciência de nossa fragilidade, do inevitável fim de nossa existência terrestre e esse rito nos ajuda a avaliar melhor os rumos que compete dar à nossa vida: "você é pó e ao pó voltará" (Gn 3,19).
2. Somos chamados a nos converter ao Evangelho de Jesus e sua proposta do Reino mudando nossa maneira de ver, julgar e agir: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15).
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