sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Santo do dia 22 de agosto: Nossa Senhora Rainha

 É rainha porque excede todas as criaturas em santidade: “Ela encerra toda a bondade das criaturas”




A festividade de hoje, paralela à de Cristo Rei, foi instituída por Pio XII em 1955. Era celebrada, até a recente reforma do calendário litúrgico, a 31 de maio, como coroação da singular devoção mariana do mês a ela dedicado.
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Para o dia 22 de agosto estava reservada a comemoração do Imaculado Coração de Maria, em cujo lugar entrou a festa de Maria Rainha para aproximar a realeza da Virgem à sua gloriosa Assunção ao céu. Este lugar de singularidade e de proeminência, ao lado de Cristo Rei, deriva-lhe dos vários títulos, ilustrados por Pio XII na carta encíclica À Rainha do Céu (11 de outubro de 1954): Mãe da Cabeça e dos membros do Corpo místico, augusta soberana e rainha da Igreja, que a torna participante não só da dignidade real de Jesus Cristo, mas também do seu influxo vital e santificador sobre os membros do Corpo místico. O latim regina, como rex, deriva de regere, isto é reger, governar, dominar.

Do ponto de vista humano é difícil atribuir a Maria a função de dominadora, ela que se proclamou a serva do Senhor e passou toda a sua vida no mais humilde escondimento. Lucas, nos Atos dos Apóstolos, coloca Maria no meio dos Onze, após a Ascensão, recolhida com eles em oração; mas não é ela que dá ordens, e sim Pedro. E todavia precisamente naquela circunstância ela constitui o vínculo que mantém unidos ao Ressuscitado aqueles homens ainda não robustecidos pelos dons do Espírito Santo. Maria é rainha porque é Mãe de Cristo, o Rei.

É rainha porque excede todas as criaturas em santidade: “Ela encerra toda a bondade das criaturas”, diz Dante na Divina Comédia. Todos os cristãos vêem e veneram nela a superabundante generosidade do amor divino, que a cumulou de todos os bens. Mas ela distribui real e maternalmente tudo o que recebeu do Rei, protege com o seu poder os filhos adquiridos em virtude da sua co-redenção, e os alegra com os seus dons, pois o rei determinou que toda graça passe por suas mãos de rainha.
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Por isso a Igreja convida os fiéis a invocá-la não só com o doce nome de mãe, mas também com aquele reverente de rainha, como no céu a saúdam com felicidade e amor os anjos, os patriarcas, os profetas, os apóstolos, os mártires, os confessores, as virgens. Maria foi coroada com o dúplice diadema de virgindade e de maternidade divina: “O Espírito Santo virá sobre ti, e o poder do Altíssimo vai te cobrir com a sua sombra; por isso o Santo que nascer será chamado Filho de Deus”.

Por Cléofas / Prof. Felipe Aquino


sábado, 16 de agosto de 2025

SÃO ROQUE




Roque nasceu por volta do ano de 1295, provavelmente em Montpellier, na França. 
O sobrenome do pai era Rog, daí o nome Roque. Tinha como sinal de nascença uma cruz no peito. A família era nobre e abastada, e sua vida foi consequência de muitas orações da sua mãe, que, já mais idosa, ainda não tinha filhos. 
Suas preces a Nossa Senhora foram atendidas, e Roque foi educado na devoção à Santíssima Virgem.

A época era de grandes dificuldades. Disputas internas e externas na Igreja tinham levado o papado de Roma para Avignon, no sudeste da França (em 1305, com Clemente V), onde ficou por 70 anos. 
Graves heresias confundiam e afastavam os fiéis: os cátaros ou albigenses (que propunham entre outras coisas a existência de dois deuses, um bom e um mal), os patarinos (“perturbadores”, heresia surgida em Milão a partir de críticas válidas à simonia na Igreja – “venda” de bênçãos – e que se desvirtuou em fanatismo intolerante contra a validade dos Sacramentos ministrados por sacerdotes que não fossem “puros”, entre outros aspectos), os valdenses (de Pedro Valdo, a partir de Lyon, França, que só admitia a pobreza absoluta e negava a autoridade papal, entre outros pontos), os beguardos (provavelmente da palavra saxônica beg, mendigar; inicialmente em Flandres, região que fica atualmente quase toda na região da Bélgica, era um movimento de mulheres cenobíticas, que se desvirtuou em movimentos que só admitiam a mendicância e não aceitavam a autoridade papal). 
Por fim, grassava a peste negra (a maior pandemia da História, de peste bubônica, de origem bacteriana, que dizimou entre 75 a 200 milhões de pessoas na Eurásia, com maior surto entre 1347 e 1353 na Europa).

Órfão dos pais aos 15 anos, Roque herdou grande fortuna, mas para viver como o Cristo, na pobreza, confiou todos os bens a um tio e seguiu como mendigo para Roma. No trajeto, demorou-se em várias localidades para socorrer vítimas da peste negra, que muitas vezes viviam em povoados isolados para não contaminar os demais, apenas esperando a morte. 
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Roque adquiriu o dom da cura e operou inúmeros milagres. Depois de dois anos chegou à Cidade Eterna, onde passou três dias rezando diante dos túmulos de São Pedro e São Paulo. 
Cuidou dos doentes ali por três anos, e iniciou o regresso para casa pelo mesmo caminho anterior. 
Em Piacenza, novamente auxiliando os empesteados, foi contaminado. Decidiu então retirar-se sozinho para um bosque, próximo a Sarmato, entregando-se à Providência divina.

Diariamente, um cachorro passou a lhe trazer um pão. O seu dono acabou por seguir o animal, que regularmente se ausentava, e encontrou Roque, a quem ajudou. O santo ficou curado por intercessão divina, e dispôs-se a continuar sua viagem para Montpellier. Em Aguapendente, região da Toscana, na Itália, a sua simples presença curou a epidemia em toda a cidade, o mesmo acontecendo em Cesena e outros lugares. Muitos eram curados simplesmente quando Roque lhes fazia o sinal da cruz.

A região de Montpellier estava em guerra, e Roque, nas proximidades, foi tomado por espião e encarcerado. 
Durante cinco anos, apesar dos sofrimentos e humilhações, pregou e converteu outros prisioneiros, auxiliando-os como podia. Em 16 de agosto de 1327, foi encontrado morto na cela. 
O carcereiro, que era manco, tocou-o com o pé para verificar se apenas dormia, e ficou imediatamente curado. Ao prepararem o corpo para o sepultamento, foi identificado pela marca da cruz no peito.

No Concílio de Constance, Suíça (1414 – 1418), tendo os participantes sido acometidos pela peste negra, foi proposta uma procissão pública penitencial, sob a proteção de são Roque. Antes mesmo de terminada, todos estavam curados.

São Roque é invocado como padroeiro contra as pestes, dos inválidos, e também dos cachorros.

No Brasil, principalmente por conta dos imigrantes italianos, várias são as dioceses, cidades e igrejas dedicadas ao santo, e justamente na cidade de São Roque, interior de São Paulo, encontra-se a principal Igreja a ele consagrada, com uma relíquia do seu braço.



Reflexão:

Muitos santos medievais, pertencentes à nobreza, renunciam inteiramente à sua condição social para se dedicar a Deus, como São Roque. Isto aconteceu não somente na Idade Média, mas posteriormente e até hoje, mas talvez não tenhamos muitas notícias destes fatos no turbilhão de informações caóticas no qual estamos estonteados; e/ou também porque os frutos de santidade não são tão evidentes. 

O paradoxo da nossa “era da comunicação” é que a maioria dos conteúdos compartilhados nos tornam povoados isolados, pois o que é mundano separa, e a Boa Nova, que une, é combatida como uma peste. 

Muito necessário e apropriado ao povo de Deus seria organizar e participar de procissões públicas invocando a proteção divina contra as doenças heréticas e materialistas que nos atacam… de resto, a condição humana nos torna a todos contaminados com as consequências do Pecado Original, e por isso, como São Roque, precisamos nos retirar para um lugar interior isolado, onde recebamos diariamente o Pão Eucarístico que nos mantém vivos, até ficarmos curados pela ação divina. 
Neste mundo somos tomados por espiões inimigos, porque de fato não pertencemos a ele; mas enquanto estamos aqui encerrados, devemos cuidar do próximo, mesmo se somos humilhados e maltratados. Não podemos esquecer que a simples presença do Senhor tem o poder de nos curar dos males presentes, se permanecermos na Fé.

Oração:

Senhor Deus, Médico dos Médicos, que nos destes a cura do pecado pela Redenção de Jesus, concedei-nos que por intercessão de São Roque sejamos efetivamente encontrados mortos para este mundo, e ao voltar para a nossa verdadeira moradia Celeste numa jornada de amor e auxílio ao próximo, nos reconheçam à Vossa porta por termos carregado, no trajeto, o sinal da Cruz marcado no coração. 

Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. 

Amém.

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Santa Clara de Assis: uma história que fascinará em todos os tempos

 

O “escândalo” da jovem aristocrata e rica que trocou a riqueza e aristocracia pela humildade e pobreza franciscana, seguindo Jesus!

Santa Clara nasceu em 1193, de família aristocrática e rica, mas trocou essa riqueza e aristocracia pela humildade e pobreza do estilo de vida proposto e testemunhado por São Francisco de Assis.

A família de Clara já planejava o casamento dela, por conveniência econômica e social, quando a jovem, aos 18 anos, surpreendeu a todos com um gesto extremamente ousado: inspirada pelo profundo desejo de seguir a Cristo e pela intensa admiração que São Francisco lhe despertava, Clara deixou a casa paterna e, junto com a amiga Bona di Guelfuccio, se juntou secretamente aos frades menores na igrejinha conhecida como a Porciúncula. Era a noite do Domingo de Ramos de 1211.

Nessa ocasião, enquanto os frades seguravam tochas acesas, Francisco cortou os cabelos de Clara e lhe deu um rude hábito penitencial. Ela se tornou assim a virgem noiva de Cristo, humilde e pobre, e a Ele se consagrou totalmente, resistindo com decisão à severa oposição da família.

A própria Clara fala assim de Jesus a toda mulher que se devota por completo a Ele:

“Amando-o, sereis casta; tocando-o, sereis mais pura; deixando-vos possuir por Ele, sereis virgem. O Seu poder é mais forte, a Sua generosidade mais elevada, o Seu aspecto mais belo, o Seu amor mais suave e toda a graça mais fina. Agora estais apertada pelo abraço dele” (Primeira carta).

A espiritualidade de Santa Clara

A síntese da sua proposta de santidade é recolhida na quarta carta a Santa Inês de Praga. Santa Clara usa uma imagem muito difundida na Idade Média, de influência patrística: o espelho. E convida a amiga a se refletir naquele espelho de perfeição de toda a virtude, que é o próprio Senhor:

“Feliz aquele a quem é dado degustar esta sagrada união, para aderir com as profundezas do coração [a Cristo], aquele cuja beleza admiram incessantemente todas as abençoadas hostes do céu, cujo afeto apaixona, cuja contemplação restaura, cuja bondade sacia, cuja suavidade preenche, cuja memória resplandece suavemente, a cujo aroma os mortos voltam à vida e cuja visão gloriosa tornará abençoados todos os cidadãos da Jerusalém celeste. E porque Ele é o esplendor da glória, candor da luz eterna e espelho sem mancha, olha todo dia para este espelho, ó rainha esposa de Jesus Cristo, e nele escruta continuamente o teu rosto, para que possas assim adornar-te toda no interior e no exterior (…) Nesse espelho refulgem a abençoada pobreza, a santa humildade e a inefável caridade” (Quarta Carta).

Canonização

Apenas dois anos após a sua morte, em 1255, o Papa Alexandre IV a elevou aos altares traçando o seguinte elogio na bula de canonização:

“Quão vivo é o poder desta luz e quão forte é o brilho desta fonte luminosa. Na verdade, essa luz tinha-se enclausurado no escondimento da vida monástica e irradiava luzes cintilantes; recolhia-se em um mosteiro estreito, e expandia-se ao longo da vastidão do mundo. Mantinha-se dentro e difundia-se fora. Clara, de fato, escondia-se; mas a sua vida foi revelada a todos. Clara ficou em silêncio, mas sua fama gritava”.

Os Papas recentes falam de Santa Clara

São João Paulo II visita as irmãs clarissas de Assis

“Convido-as a rezar e é meu desejo que repitam em nossa época o milagre de São Francisco e de Santa Clara. Porque a moça, a jovem, a mulher contemporânea deve se encontrar neste esplêndido carisma; certamente escondido, realmente privado de exterioridades aparentes, mas quão profundo, quão feminino! Uma verdadeira esposa! Capaz de amor pleno e irrevogável para com um esposo invisível. É verdade que é invisível, mas, como é visível! Entre todos os esposos possíveis do mundo, é certo que Cristo é o Esposo mais visível de todos os visíveis; é sempre visível, mas permanece invisível e visível na alma consagrada a Deus. Não sabeis vós, escondidas, desconhecidas, quanto sois importantes para a vida da Igreja: quantos problemas, quantas coisas dependem de vós. É necessário a redescoberta daquele carisma, daquela vocação. Faz-se mister a redescoberta da legenda divina de Francisco e Clara”.

Bento XVI declarou em 15 de setembro de 2010, durante uma catequese sobre Santa Clara:

“Também nos séculos da Idade Média, o papel das mulheres não era secundário, mas significativo. A esse respeito, deve-se salientar que Clara foi a primeira mulher na história da Igreja a compor uma Regra escrita, sujeita à aprovação do Papa, para que o carisma de Francisco de Assis fosse preservado em todas as comunidades femininas que se iam estabelecendo já nos seus tempos e que desejavam inspirar-se no exemplo de Francisco e Clara. (…) são os santos aqueles que alteram o mundo para melhor, transformam-no de modo duradouro, incorporando as energias que somente o amor inspirado pelo Evangelho pode suscitar. Os santos são os grandes benfeitores da humanidade”.

E o Papa Francisco fez uma visita pessoal ao túmulo de Santa Clara no dia 4 de outubro de 2013:




quarta-feira, 6 de agosto de 2025

FESTA DA TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR(Marcos 9, 2-10)



Caríssimos, existem momentos da fé que professamos em que somos arrebatados pelo Senhor Jesus e levados a um verdadeiro êxtase, de modo que experimentamos uma tal consolação que é como uma centelha do céu aqui na terra, bem como Pedro, Tiago e João experimentaram no Monte Tabor. Todavia, não podemos esquecer que a maior parte do nosso viver se passa na penumbra da fé, isto é, no nosso humano de cada dia.

Com efeito, o Senhor Jesus é Deus com o Pai e o Espírito Santo, no entanto, quis viver como um de nós para que vivêssemos com Ele viveu, isto é, fazendo a Vontade do Pai em tudo, bem como nos ensinou: "De mim mesmo não posso fazer coisa alguma. Julgo como ouço; e o meu julgamento é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou."(Jo 5,30).
Ora, isso significa que tudo em nossa vida precisa ser de fato uma expressão da presença do Senhor Jesus, tal qual Ele nos ensina neste versículo: "Eu e o Pai somos um." (Jo 10,30). 
De fato, ao comunga-lo na Eucaristia, obviamente em estado de graça, somos transfigurados por Ele na real "imagem e semelhança de Deus" que somos.
De certo, ao celebrar a Festa da Transfiguração do Senhor, a Santa Igreja nos ensina que mesmo estando no mundo e em meio às suas tribulações somos chamados pelo Pai à subirmos com o Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, ao Monte Tabor para contemplarmos o Seu encontre entre Ele, e assim escutarmos a Sua voz, do mesmo modo como aconteceu com os três Apóstolos: "Então desceu uma nuvem e os encobriu com uma sombra. E da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu Filho amado. Escutai o que ele diz!”
Portanto, caríssimos, as experiências de fé que fazemos no colóquio com o Senhor, são meios que nos fazem crescer na sua graça e no conhecimento do seu amor, e isto para amarmos uns aos outros e por esse seu amor participarmos da construção do Seu Reino neste mundo.
Destarte, escutemos são João na sua primeira carta: "Que permaneça em vós o que tendes ouvido desde o princípio. Se permanecer em vós o que ouvistes desde o princípio, permanecereis também vós no Filho e no Pai. Eis a promessa que ele nos fez: a vida eterna." (1Jo 2,24-25).
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.


Marcos 9,2-10:Transfiguração do Senhor
"Seis dias depois, Jesus tomou consigo a Pedro, Tiago e João, e conduziu-os a sós a um alto monte. 
3 transfigurou-se diante deles. Suas vestes tornaram-se resplandecentes e de uma brancura tal, que nenhum lavadeiro sobre a terra as pode fazer assim tão brancas. 4.Apareceram-lhes Elias e Moisés, e falavam com Jesus. 5.Pedro tomou a palavra: “Mestre, é bom para nós estarmos aqui; faremos três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. 
6.Com efeito, não sabia o que falava, porque estavam sobremaneira atemorizados.* 
7.Formou-se então uma nuvem que os encobriu com a sua sombra; e da nuvem veio uma voz: “Este é o meu Filho muito amado; ouvi-o”. 
8.E olhando eles logo em derredor, já não viram ninguém, senão só a Jesus com eles. 
9.Ao descerem do monte, proibiu-lhes Jesus que contassem a quem quer que fosse o que tinham visto, até que o Filho do Homem houvesse ressurgido dos mortos.
10.E guardaram esta recomendação consigo, perguntando entre si o que significaria: “Ser ressuscitado dentre os mortos”."


segunda-feira, 4 de agosto de 2025

A IGREJA CELEBRA HOJE SÃO JOÃO MARIA VIANNEY E O DIA DO PADRE

 



OS DEZ ENSINAMENTOS DE SÃO JOÃO MARIA VIANNEY PARA A LUTA CONTRA O MAL.
O Santo Padre de Ars nasceu na França no ano 1786. Foi um grande pregador, fazia muitas mortificações, foi um homem de oração e caridade. Tinha um dom especial para a confissão. Por isso, vinham pessoas de diferentes lugares para confessar-se com ele e escutar seus santos conselhos. Devido ao seu frutífero trabalho pastoral foi nomeado padroeiro dos sacerdotes. Também combateu contra o maligno em várias ocasiões, inclusive em algumas não só espiritualmente.
Numa delas, enquanto se preparava para celebrar a missa, um homem disse-lhe que o seu dormitório estava a pegar fogo. Qual foi a sua resposta? “O Resmungão está furioso. Quando não consegue apanhar o pássaro, ele queima a sua gaiola”. Entregou a chave para aqueles que o iam ajudar a apagar o fogo. Sabia que Satanás queria impedir a missa e não o permitiu.
Deus premiou a sua perseverança diante das provações com um poder extraordinário que lhe permitia expulsar demônios das pessoas possuídas.
A sua confiança em Deus e fé inabalável dão nos várias lições que podem também nos ajudar nas nossas lutas do dia-a-dia na nossa caminhada nesta terra. Sim, o mal existe; mas, Deus pode mais… “Quem como Deus?”.
Confira:
1. Não imagine que exista um lugar na terra onde possamos escapar da luta contra o demônio, se tivermos a graça de Deus, que nunca nos é negada, podemos sempre triunfar.
2. Como o bom soldado não tem medo do combate, assim o bom cristão não deve ter medo da tentação. Todos os soldados são bons no acampamento, mas é no campo de batalha que se vê a diferença entre corajosos e covardes.
3. O demônio tenta somente as almas que querem sair do pecado e aquelas que estão em estado de graça. As outras já lhe pertencem, não precisa tentá-las.
4. Uma santa se queixou a Jesus depois da tentação, perguntando a Ele: “onde você estava, meu Jesus adorável, durante esta horrível tempestade?” Ao que Ele lhe respondeu: “Eu estava bem no meio do seu coração, encantado em vê-la lutar”.
5. Um cristão deve sempre estar pronto para o combate. Como em tempo de guerra, tem sempre sentinelas aqui e ali para ver se o inimigo se aproxima. Da mesma maneira, devemos estar atentos para ver se o inimigo não está nos preparando armadilhas e, se ele está vindo para nos pegar de surpresa…
6. Três coisas são absolutamente necessárias contra a tentação: a oração, para nos esclarecer; os sacramentos, para nos fortalecer; e a vigilância para nos preservar…
7. Com nossos instintos a luta é raramente de igual: ou nossos instintos nos governam ou nós governamos nossos instintos. Como é triste se deixar levar pelos instintos! Um cristão é um nobre; ele deve, como um grande senhor, mandar em seus vassalos.
8. Nosso anjo da guarda está sempre ao nosso lado, com a pena na mão, para escrever nossas vitórias. Precisamos dizer todas as manhãs: “Vamos, minh’alma, trabalhemos para ganhar o céu”.
9. O demônio deixa bem tranquilo os maus cristãos; ninguém se preocupa com eles, mas contra aqueles que fazem o bem ele suscita mil calúnias, mil ofensas.
10. O sinal da cruz é temido pelo demônio porque é pela cruz que escapamos dele. É preciso fazer o sinal da cruz com muito respeito. Começamos pela cabeça: é o principal, a criação, o Pai; depois o coração: o amor, a vida, a redenção, o Filho; por fim, os ombros: a força, o Espírito Santo. Tudo nos lembra a cruz. Nós mesmos somos feitos em forma de cruz.

Fonte: @Sherb Fernandes



terça-feira, 22 de julho de 2025

Santa Maria Madalena




Maria Madalena é descrita no Novo Testamento como uma das discípulas mais dedicadas de Jesus Cristo. 
É considerada santa pelas igrejas Católica, Ortodoxa e Anglicana, sendo celebrada no dia 22 de julho. 
É também comemorada pela Igreja Luterana com festividades no mesmo dia. 
A Igreja Ortodoxa também a celebra no segundo domingo após a Páscoa. 
O nome de Maria Madalena a descreve como sendo natural de Magdala, cidade localizada na costa ocidental do Mar da Galileia.

Ela acreditava que Jesus Cristo realmente era o Messias. (Lucas 8:2; 11:26; Marcos 16:9). Madalena esteve presente na crucificação e no funeral de Cristo, juntamente com Maria de Nazaré e outras mulheres. (Mateus 27:56; Marcos 15:40; Lucas 23:49; João 19.25) (Mateus 27:61; Marcos 15.47; Lucas 23:55). No sábado após a crucificação, saiu do Calvário rumo a Jerusalém com outros crentes para poder comprar certos perfumes, a fim de preparar o corpo de Cristo da forma como era de costume funerário. Permaneceu na cidade durante todo o sábado, e no dia seguinte, de manhã muito cedo, “quando ainda estava escuro”, foi ao sepulcro, achou-o vazio, e recebeu de um anjo a notícia de que Cristo havia ressuscitado e foi-lhe dito que devia informar tal fato aos apóstolos. (Mateus 28:1-10; Marcos 16:1-5,10,11; Lucas 24:1-10; João 20:1,2; compare com João 20:11-18).

Está escrito: “No dia da Páscoa, Jesus apareceu a ela e a mandou ir anunciar a sua ressurreição aos discípulos”. Depois disso, segundo uma antiga tradição grega, Maria Madalena teria ido viver em Éfeso, onde morreu. Lá, tinham ido morar também João, o apóstolo predileto de Jesus, e Maria, Mãe de Jesus.

A liturgia bizantina celebra-a como “Apóstola dos Apóstolos”, para que continue a sua missão de anunciar a ressurreição do Senhor no seu rito apostólico. Festejada no dia 22 de julho, santa Maria Madalena tornou-se a padroeira de muitas ordens religiosas, sendo venerada até mesmo pelos padres predicadores.

“Apóstola dos Apóstolos”

Deve-se a São Tomás de Aquino este título dado a Maria Madalena, cujo nome deriva de Magdala, onde nasceu, aldeia de pescadores situada às margens ocidentais do Lago de Tiberíades. O evangelista Lucas fala sobre ela, no capítulo 8: “Jesus andava pelas cidades e aldeias anunciando a boa nova do Reino de Deus. Os Doze estavam com ele, como também algumas mulheres que tinham sido livradas de espíritos malignos e curadas de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios”.

Equívocos sobre a sua identidade

Segundo a exegese bíblica, a expressão “sete demônios” poderia indicar um gravíssimo mal físico ou moral, que havia acometido a mulher, do qual Jesus a curou. No entanto, a tradição, que perdura até hoje, diz que Maria Madalena era uma prostituta, porque, no capítulo 7 do Evangelho de Lucas, narra-se a história da conversão de uma anônima “pecadora da cidade, que ungia com perfume os pés de Jesus, convidado de um fariseu; após tê-los banhado com suas lágrimas, os enxugava com seus cabelos”.

Assim, sem nenhuma ligação textual, Maria de Magdala foi identificada com aquela prostituta anônima. Porém, há mais um equívoco, como explica o Cardeal Gianfranco Ravasi, biblista e teólogo: “A unção com óleo perfumado é um gesto feito também por Maria de Betânia, irmã de Marta e Lázaro, em outra ocasião, como diz o evangelista João. Assim, Maria de Magdala foi identificada, por algumas tradições populares, com a Maria de Betânia”.

Aos pés da Cruz

Maria Madalena aparece ainda nos Evangelhos no momento mais terrível e dramático da vida de Jesus: quando o acompanha ao Calvário, com outras mulheres, e o contempla de longe. Ela aparece também quando José de Arimateia depõe o corpo de Jesus no sepulcro, que fora fechado com uma pedra. Foi ela, depois do sábado, na manhã do primeiro dia da semana, quem voltou ao sepulcro e descobriu que a pedra havia sido removida e correu avisar Pedro e João; eles, por sua vez, foram às pressas ao sepulcro e viram que o corpo do Senhor não estava mais lá.

Encontro com o Ressuscitado

Enquanto os dois discípulos voltam para casa, Maria Madalena permanece diante do sepulcro, em lágrimas. Ali, tem início um novo percurso: da incredulidade passa, progressivamente, à fé. Ao olhar dentro do sepulcro, viu dois Anjos, aos quais perguntou para aonde fora levado o corpo do Senhor. Depois, voltando para fora, viu Jesus, mas não o reconheceu, pensando que fosse o jardineiro; este lhe perguntou por que estava chorando e quem estava procurando. E ela respondeu: “Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste e eu o irei buscar”. Jesus, então, a chama por nome: “Maria!”. E ela, voltando-se, disse: “Rabôni!”, que, em hebraico, quer dizer “Mestre!”. E Jesus lhe confia uma missão: “Não me retenhas, porque ainda não subi a meu Pai, mas vai a meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. Então, Maria de Magdala foi imediatamente anunciar aos discípulos: “Vi o Senhor! E ouvi o que ele me disse” (cfr. Jo 20).

Madalena proclama a ressurreição de Jesus

Maria Madalena foi a primeira das mulheres que seguiram Jesus e a proclamá-lo como Aquele que venceu a morte; foi a primeira apóstola a anunciar a alegre mensagem central da Páscoa. Quando o Filho de Deus entrou na história dos homens, esta mulher foi um daqueles que mais o amou e o demonstrou. Quando chegou a hora do Calvário, Maria Madalena estava aos pés da Cruz, junto com Maria Santíssima e São João. Ela não fugiu com medo, como os discípulos fizeram; não o renegou por medo, como fez o primeiro Papa, São Pedro, mas sempre esteve presente, desde o momento da sua conversão até ao Calvário e ao Sepulcro.

Festa litúrgica de Maria Madalena

Por desejo do Papa Francisco, a Memória litúrgica de Maria Madalena passou a ser Festa, a partir do dia 22 de julho de 2016, para ressaltar a importância desta discípula fiel de Cristo, que demonstrou grande amor por Ele e Ele por ela.



quarta-feira, 16 de julho de 2025

Nossa Senhora do Carmo- 16 DE JULHO- Oração a Nossa Senhora do Carmo

 

Oração a Nossa Senhora do Carmo
Senhora do Carmo, Mãe da Família Carmelitana e Estrela do Mar, que o Santo  Escapulário atraia sobre mim o Vosso olhar, seja ele o sinal de Vossa especial proteção nas dificuldades e desafios do Novo Milênio.
Virgem do Carmo, Mãe dos pobres e dos Mártires da América Latina, assim como ouvistes a súplica de Santa Teresa Benedita da Cruz e de São Simão, inclinai propício Vossos ouvidos às minhas preces e aos meus pedidos (fazer o pedido).
Rainha da Paz e Mãe dos Missionários cobri-nos com o Vosso manto sagrado, revesti-nos com o Santo Escapulário. Graças Vos dou por me haverdes atendido.
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Lucas 1,46-56; rezar 1 Ave-Maria:
"E Maria disse: Minha alma glorifica ao Senhor,  meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo.
Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem.
Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos.
Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes.
Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos.
Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre.
Maria ficou com Isabel cerca de três meses.
Depois voltou para casa. "
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Oração a Nossa Senhora do Carmo
Ó Santíssima Imaculada Virgem Maria, ornamento e glória do Monte Carmelo, Vós que velais tão particularmente sobre os que trazem vosso sagrado Hábito, velai também, bondosa, sobre mim, e cobri-me com o manto de Vossa maternal proteção. Fortalecei minha fraqueza com o Vosso poder, e dissipai, com a Vossa luz, as trevas do meu coração.
Aumentai em mim a fé, a esperança e a caridade. Ornai minh'alma com todas as virtudes, a fim de que ela se torne sempre mais amada de Vosso Divino Filho. Assisti-me durante a vida, consolai-me com a Vossa Amável presença na hora da morte, e apresentai-me à Santíssima Trindade, como Vosso filho e fiel servo Vosso, para que eu possa louvar-Vos eternamente no Céu.
Assim seja.
(3 Ave-Marias, 1 Glória)
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Nossa Senhora do Carmo16 de julho
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A festa de  Nossa Senhora do Carmo recorda a instituição do Santo Escapulário que a Virgem entregou a São Simão Stock, Geral dos Carmelitas, a 16 de julho de 1251, dizendo:.
"Meu filho querido, recebe este Escapulário, privilégio que concedo para todos os Carmelitas, sinal de minha fraternidade, salvação nos perigos, penhor de paz e de eterna aliança..
Todo aquele que com este hábito piedosamente morrer, não sofrerá o fogo eterno, assim como os irmãos que houverem ido para o Purgatório, dali Eu os libertarei no sábado seguinte à sua morte."
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O escapulário é uma veste comum a muitas congregações religiosas mas particularmente distintiva da Ordem dos Carmelitas. Impõe-se hoje também um escapulário de formato pequeno a pessoas que não pertencem a congregações, para lhes permitir que participem das grandes Graças que a ele estão ligadas; entre outras, o privilégio sabatino.
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Em sua bula chamada Sabatina, o Papa João XXII afirma que aqueles que usarem o escapulário serão depressa libertados das penas do purgatório no sábado que se seguir à sua morte.
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Numa bula de 11 de fevereiro de 1.950, Pio XII convidava a "colocar em primeiro lugar, entre as devoções marianas, o escapulário que está ao alcance de todos"; entendido como veste mariana, esse é de fato um ótimo símbolo da proteção da Mãe celeste, enquanto sacramental extrai o seu valor das orações da Igreja e da confiança e amor daqueles que o usam.

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Três motivos para você usar o Escapulário - Programa Sopra em nós #57

 



Você usa o Escapulário? Conheça mais sobre a Espiritualidade Carmelitana e o significado do Escapulário. Confira! Compartilhe! Comente! Programa Sopra em nós - toda quinta. Apresentação: Ir. Kamila-CMES Participação: Ir. Viviane-CMES Câmeras e Edição: Ir. Catiane/Chirie produções Capa: Ir. Viviane-CMES Acompanhe-nos também no Twitter e Facebook: Carmelitas Mensageiras



segunda-feira, 14 de julho de 2025

SÃO CAMILO: padroeiro dos enfermos e hospitais.

 Conheça um pouco mais sobre o padroeiro dos enfermos, pedindo sua intercessão para que Deus acompanhe nos sofrimentos.



Esta é a oração de São Camilo:
Senhor, Deus de toda a consolação,
Pai rico em misericórdia, vós sois amor.
Conheceis nossas necessidades e estais presente em nossos sofrimentos.

Escolhestes São Camilo para cuidar dos doentes e ensinar como servi-los.
Pedimos, por vossa intercessão, o dom da caridade que ilumina, fortalece e leva à plenitude a nossa vida para amar-vos também em nossos sofrimentos e servir-vos com amor em nossos irmãos e irmãs doentes.

Amém.


E esta é a história de São Camilo:

Pertencente de uma nobre e tradicional família, Camilo de Lellis foi militar e pelo seu caráter, expulso da tropa. Viciado em jogo, levava vida profana e decadente. Perdeu todos os seus bens. No momento mais melancólico de sua vida, em uma situação de mendicância, Camilo foi tocado pela graça divina, arrependendo-se de todos os seus pecados, passando a dedicar sua vida a servir, por espírito de caridade, aos doentes pobres em hospitais. E diante de tanta dedicação, fundou a Companhia dos Servidores dos Enfermos, conhecidos como Camilianos. E não é por menos que tornou-se patrono dos enfermos e dos hospitais.

Seu sobrenome remonta à história da igreja, época de Teodoro de Lellis, o Cardeal Pio II. Mas São Camilo de Lellis fez a própria história e deixou sua fé e sua dedicação aos enfermos disseminadas por todo o mundo.

São Camilo era italiano de Abruzzo, mas precisamente da cidade de Bucchianico. Em 1550, ano de seu nascimento, sua família carregava no sangue virtude, coragem e brio dos que lutaram nas Cruzadas.

Seu nascimento coroou o casamento de tantos anos da senhora Camila, a mãe, que até os 60 anos de idade não tinha conseguido dar um herdeiro ao esposo João.

Vida Voluntária

Camillus de Lellis – 1550-1614

E foi com 17 anos que Camilo alistou-se como voluntário no exército de Veneza. Naquela época, pôde conviver com o drama dos enfermos que agonizavam diante de várias doenças. Foi dessa época também que Camilo passou a viver com uma dolorosa úlcera no pé, que o acompanhou até o último dia de vida. Nesse período, também sofreu a perda do pai e sua vida enveredou-se para os prazeres mundanos, como o da jogatina.

A vida de Camilo mudou completamente. Sofreu diante da falta de condições financeiras e de saúde. Doente, não conseguiu local para internar-se, o que o fez partir para Roma, pedindo auxílio no Hospital Santiago, justamente para tratar da chaga no pé direito. Camilo não tinha dinheiro para pagar o tratamento e ofereceu-se para trabalhos de servente e de enfermeiro.

Mal cicatrizada a ferida, Camilo, sem nenhum recurso financeiro, soube que o país recrutava voluntários para combater os turcos. E lá foi ele. Não parou tão cedo. Em 1573, mais um combate. Neste ano, quase restabelecido economicamente, Camilo, mais uma vez, rendeu-se aos prazeres mundanos e atirou-se aos jogos. Perdeu tudo. Ficou a zero, reduzido à miséria. Retornou a Nápoles e prometeu se fazer religioso franciscano.

Um ano depois, Camilo esqueceu-se do voto que fizera de se tornar religioso franciscano e mergulhou novamente no jogo. O jogo e a bebida tornaram-se vícios em sua vida. Ficou novamente na miséria. Partiu para Veneza. Passou frio e fome. Não tinha onde morar, nem dormir. Em uma das derrotas no jogo, deu como pagamento a própria camisa. Depois de muito perambular, conseguiu abrigo no convento dos capuchinhos, momento em que lembrou do voto de tornar-se religioso. Converteu-se realmente.

Cumpriu Abnegado Sua Missão

Camilo retornou ao Hospital Santiago, desta vez como mestre da casa. Apesar de doente, tratou dos enfermos como de si. Em 1581, com a saúde precária, decide tratar dos doentes gratuitamente. Na época, Camilo foi levado a agir assim diante da exploração, desonestidade e falta de escrúpulos dos médicos para com os doentes. Em 1582, Camilo teve a primeira inspiração de instituir uma companhia de homens piedosos que aceitassem, generosamente, a missão de socorrer os pobres enfermos, sem preocupação de recompensa.

Aos 32 anos voltou aos estudos, sendo ordenado sacerdote aos 34 anos. Aos 18 de março de 1586, o papa Sixto V aprova a Congregação Religiosa fundada por Camilo.

Em 21 de setembro de 1591, o papa Gregório XIV eleva a Congregação de Camilo ao “status” de Ordem Religiosa.

Na guerra que logo em seguida houve na Hungria, os “Camilianos” trabalharam como primeira unidade médica de campo, cuidando dos feridos.

Não bastou a Camilo tomar consigo apenas bons enfermeiros e alguns até médicos, os doentes careciam também de assistência religiosa. É evidente que a alma bem cuidada dispõe melhor o corpo para suportar os sofrimentos e sobrepor-se à doença. Vale destacar que antes de ser santo, Camilo não tinha qualquer ligação de fé no Senhor.

Muito doente, Camilo renunciou ao cargo de Superior Geral de sua Ordem Religiosa em 1607.

Faleceu em Roma aos 14 de julho de 1614. Sua festa é celebrada aos 14 de julho, data de sua morte.

Nos primeiros dias de julho de 1614, já no seu leito de morte, recebeu a última comunhão e deixou as seguintes recomendações:

“Observai bem as regras. Haja entre vós uma grande união e muito amor. Amai, e muito, a nossa Ordem, e dedicai-vos ao apostolado dos enfermos. Trabalhai com muita alegria nesta vinha do Senhor. Se Deus me levar para o Céu, vos hei de ajudar muito de lá. As perseguições que sofreu nossa obra vieram do ódio que o demônio tem ao ver quantas almas lhe escaparam pelas garras. E já que Deus se serviu de mim, vilíssimo pecador para fundar miraculosamente esta Ordem, Ele há de propagá-las para o bem de muitas almas pelo mundo inteiro. Meus padres e queridos irmãos: eu peço misericórdia a Deus e perdão ao padre Geral aqui presente e a todos vós, de todo mau exemplo que eu pudesse ter dado, talvez mais pela minha ignorância, do que pela má vontade. Enfim, eu vos concedo da parte de Deus, como vosso Pai, em nome da Santíssima Trindade e da bem-aventurada Virgem Maria, a vós aqui presentes, aos ausentes e aos futuros, mil bênçãos”.

Camilo de Lellis morreu no dia 14 de julho de 1614. Seu féretro foi marcado por muita comoção e acompanhado por uma multidão. Mas um milagre era visto naquele dia: enquanto preparavam o corpo de Camilo para o funeral, os médicos, estarrecidos, notaram que a chaga havia desaparecido.

Em 1746, durante uma festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, o Papa Bento XIV, no dia 29 de junho, declara Santo o nome de Camilo de Lellis.

Em 1886, Leão XIII declarou São Camilo, juntamente com São João de Deus, Celestes protetores de todos os enfermos e hospitais do mundo católico.

No dia 28 de setembro de 1.930, Pio XI proclamou Camilo “Protetor dos profissionais da saúde”.

(Camilianos)


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domingo, 13 de julho de 2025

ROSA MÍSTICA(Oração)- O dia 13 de julho de cada ano festejado em honra de "Maria Rosa Mística".

   Foto:Rivaldo R.Ribeiro-Paróquia São José(Antes da Reforma)

Rosa Mística, Virgem Imaculada, Mãe da Graça, para honra de Vosso Divino Filho, nos prostramos diante de Vós implorando a misericórdia de Deus: Não por nossos méritos mas pelo amor de Vosso Coração Maternal, nós vos suplicamos que nos concedais proteção e graça com a certeza de que nos haveis de atender.
Ave Maria...
Rosa Mística, Mãe de Jesus, Rainha do Santo Rosário e Mãe da Igreja, Corpo Místico de Cristo, nós vos pedimos que concedais ao mundo, dilacerado pela discórdia, a unidade e a paz e todas aquelas graças que podem mudar o coração de tantos de teus filhos.
Ave Maria...
Rosa Mística, Rainha dos Apóstolos, fazei florescer à volta da Mesa da Eucaristia muitas vocações sacerdotais a religiosas que difundam, com a santidade de sua vida e com o zelo apostólico pelas almas, o Reino de Vosso Filho Jesus por todo o mundo. E derramai sobre nós também a abundância de Vossas graças celestiais!
Ave Maria... Salve Rainha..
Nossa Senhora da Rosa Mística, Mãe da Igreja, rogai por nós!



A Rosa branca: o espírito de oração.
A Rosa Vermelha: o espírito de expiação e sacrifício.
A Rosa dourada: o espírito de penitência.



O dia 13 de julho de cada ano festejado em honra de "Maria Rosa Mística".


sábado, 12 de julho de 2025

SANTA VERÔNICA DE JERUSALÉM- 12 DE JULHO

 


12/07 - Santa Verônica de Jerusalém, aquela que enxugou a Santa Face de Nosso Senhor Jesus Cristo*

HISTÓRIA DE SANTA VERÔNICA
Origens
O nome “Verônica” tem origem latina e deriva de uma expressão: “vera ícone”, que significa imagem verdadeira. O nome é referência à imagem do rosto de Cristo que ficou impresso no véu com o qual Santa Verônica teria enxugado o rosto do Mestre todo ensanguentado. Tradições cristãs antiquíssimas a colocam entre as mulheres de Jerusalém às quais Jesus dirigiu um lamento quando caminhava para o Calvário (Lc 23, 27-31). Para alguns estudiosos, Verônica pode ter sido a mulher que sofrera 12 anos de uma hemorragia e que fora curada por Jesus (Lc 8, 41-48).
Sexta estação da via sacra
Desde os primórdios do cristianismo a Igreja acolheu a Tradição (com “T” maiúsculo) sobre Santa Verônica. Tanto, que o episódio do enxugamento da Sagrada Face de Jesus, realizado por ela, passou a ser a Sexta Estação da Via Sacra, que é rezada pelos cristãos há séculos. É a Tradição Oral incorporada à vida da igreja e dos fiéis.
A Sagrada Face de Jesus
Segundo a Tradição e vários testemunhos históricos, Santa Verônica teria levado o véu com a Sagrada Face de Jesus para a Europa. Ele foi encontrado no ano 525 na cidade de Edessa. De alguma maneira, mais tarde, ele chegou a Roma e, alguns séculos mais tarde, ficava exposto na Basílica de São Pedro para veneração dos fiéis. Século depois, foi levado para a Igreja do “Volto Santo” ou seja, da Sagrada face, na cidade de Manoppello, que fica a 190 km de Roma, onde, até hoje, é venerada pelos fiéis.
Visões reveladoras sobre Santa Verônica
A irmã Maria de São Pedro, da Ordem das Carmelitas, teve visões de Santa Verônica por volta de 1844, na cidade de Tours, França. Ela viu Santa Verônica limpando a Face de Cristo a caminho da crucificação. Foi revelado a ela que todo o sangue, sujeira, escarros e hematomas na Face de Cristo representam os pecados da humanidade, as blasfêmias dirigidas a Nosso Senhor e o ódio contra o amor.
Devoção à Sagrada Face de Cristo
Nas visões, Nosso Senhor Jesus Cristo pediu à irmã Maria de São Pedro que propagasse a devoção à Sagrada Face como forma de reparação dos pecados, de tal forma que, os devotos da Sagrada Face fazem como Santa Verônica: limpam a sujeira e a dor de Nosso Senhor. Por isso, a devoção à Sagrada Face de Jesus foi instituída oficialmente pelo Papa Leão XIII, no ano 1885. A partir de então, Santa Verônica passou a ser comemorada na terça-feira que antecede a Quarta-Feira de Cinzas. Este é o mesmo dia da comemoração da Sagrada Face.
Os mistérios da Sagrada Face de Manoppello
Na cidade de Manoppello, a 190 km de Roma, Itália, um quadro medindo 17,5 x 24 cm abriga a Sagrada Face de Cristo desde 1638. A relíquia fica numa igreja dos Capuchinhos, chamada Santuário da Sagrada Face de Cristo. Alguns estudiosos acreditam que esta relíquia pode ser, sim, o véu de Santa Verônica, porque ele contém vários mistérios. O primeiro deles é que o tecido é feito de bisso marítimo, um fio finíssimo, como o de seda, gerado por um molusco abundante no mar mediterrâneo. O tecido formado pela trama deste fio é muito resistente, transparente e não pode ser pintado, isto é, nenhuma tinta adere a ele. Entretanto, a Face de Cristo está lá, visível, sem ter sido pintada. Até hoje não se sabe como isso acontece. Análises laboratoriais revelam não haver tinta alguma sobre o tecido. Além disso, a Face de Cristo de Manoppello pode ser sobreposta à Face do Santo Sudário de Turim, pois tem proporções idênticas, refletem a mesma face, inclusive com os mesmos hematomas e manchas de sangue. A única diferença entre os dois é que o de Turim apresenta Jesus morto, e este, o Cristo vivo. Numerosos relatos sobre a passagem desde mesmo véu por vários lugares e séculos diferentes fornecem um testemunho histórico seguro desde os tempos de Cristo.
Oração a Santa Verônica
“Ó Santa Verônica que guardastes a Sagrada Face de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele que, quando limpastes o rosto com teu véu, não tinha aparência nem beleza para atrair o nosso olhar, nem simpatia para que pudéssemos apreciá-lo, desprezado, era escória da humanidade, homem das dores, experimentado nos sofrimentos; era amaldiçoado e não fazíamos caso dele. Intercedei por nós a graça de enxergarmos Jesus em cada face de nossos irmãos. Ó Deus, por intercessão de Santa Verônica, despertai vosso poder e venha logo nos trazer a salvação! Convertei-nos; ó Senhor Deus do universo, e sobre nós iluminai a Vossa Face. Se voltardes para nós, seremos salvos!
Amém.”
Fonte texto: Cruz Terra Santa